Uma das contratações na janela do meio do ano, o lateral-direito Marcinho chegou ao Esporte Clube Bahia com aval do diretor Eduardo Freeland e do técnico Enderson Moreira. Os três trabalharam juntos no Botafogo no ano passado, onde conquistaram o acesso à Série A do Brasileiro. O jogador estava sem clube desde abril, quando foi dispensado pelo Athletico-PR, e chegou a cogitado em alguns clubes, porém, a repercussão negativa em virtude de ser réu por ter atropelado e provocado a morte de duas pessoas acabou brecando um possível acerto. Mas o Esquadrão decidiu abrir as portas para o atleta voltar a trabalhar, o que não agradou parte da torcida. O presidente Guilherme Bellintani falou pela primeira vez sobre o caso e frisou que a pessoa que comete um ato desse precisa ser julgada pelo poder judiciário e não pelas redes sociais.
“Freeland me disse que conhece a história de Marcinho. Enderson a mesma coisa. A gente teve um dos processos mais difíceis de decidir por conta do peso do Bahia de protagonista do Brasil de ações socialmente aplaudidas. E eu comecei a conversar com algumas pessoas. Liguei para advogada criminalista, de esquerda. Ela me disse que, o politivismo está chegando no Brasil que o poder judiciário não tem mais peso. As pessoas são julgadas pelas redes sociais. A a constituição não dá o direito de excluir o outro da vida plena. Ela disse que vocês farão um grande serviço ao sistema brasileiro de julgamento nas redes sociais de enfrentar esse tema. Ação afirmativa ela é afirmativa. Não é negativa. Afirma princípios. E dentro os princípios está o direito de ser julgado pelo poder judiciário e não Twitter.”
“Marcinho cometeu um crime. Ele bebeu e dirigiu. E ele não prestou socorro. É muito grave, e ele tem que pagar por isso. Se ele for julgado, e vai ser, se for condenado, e me parece que será, ele será taxado como criminoso. Mas a vida do criminoso não se encerra no crime. O Bahia acredita na recuperação das pessoas, na reintegração social. O que aconteceu com Marcinho também poderia ter acontecido com meu irmão, com seu irmão. Poderia ter acontecido com um de nós. Quem aqui nunca bebeu e dirigiu? Ah, mas ele não prestou socorro. Ok. Você sabe como seria sua reação naqueles cinco segundos? Eu não sei como seria a minha. Eu acho que pararia para prestar socorro, mas não consigo atestar. Eu uma vez passei o constrangimento. Tinha fechado um negócio importante, abrimos um champanhe e tomamos uma taça. A blitz me parou. O lugar onde eu bebi estava a 800 metros da minha casa. A blitz estava a 200 metros. Eu paguei a multa. Fiquei constrangido ao extremo. Me senti um irresponsável e, de fato, fui”, completa.
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