Compra do Cruzeiro por Ronaldo amplia leque para clube-empresa no Brasil

Revelado nas categorias de base da Raposa, ex-jogador anunciou o investimento de R$ 400 milhões no clube

No dia 18 de dezembro, o ex-jogador Ronaldo Nazário, mais conhecido como Ronaldo Fenômeno, anunciou a compra de 90% das ações do Cruzeiro SAF, o que vai gerar um investimento de R$ 400 milhões no clube mineiro, além disso, ficará responsável por tentar diminuir a dívida do clube, que ultrapassa a casa do R$ 1 bilhão. Agora, acionista majoritário do clube empresa, a intenção do empresário é alterar os padrões e influenciar positivamente outras agremiações a aderir ao método empresarial.

 

A SAF da Raposa teve sua construção solidificada há duas semanas em função da situação financeira do clube. Um dia antecedente ao anúncio de Ronaldo, conselheiros e associados aprovaram uma modificação no estatuto para que 90% da SAF fosse direcionado aos investidores. Posteriormente, o ex-jogador da Seleção Brasileira revelou a aquisição dessa quantia.

“Os clubes vão observar de perto como o Cruzeiro vai se portar, mas a resistência deles com esse modelo diminuiu muito, justamente pela necessidade de mudança olhando para um passado atolado em dívidas. Agora é a hora de profissionalizar de vez”, aponta Renê Salviano, dono da agência de marketing esportivo HeatMap, responsável pela coordenação comercial e pela direção de marketing e novos negócios do Cruzeiro até janeiro.

A aprovação e sanção da lei do clube-empresa abriu espaço para uma modernização do futebol brasileiro. Antes do Cruzeiro, Athletico-PR, Red Bull Bragantino e Ituano (recém-chegado à Série B) já adotaram o modelo. O Botafogo anunciou na última sexta-feira que chegou a um acordo com o fundo Eagle Holding, do empresário americano John Textor, para a criação de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Além disso, Coritiba e Chapecoense também aprovaram a mudança por meio de votação.

Nos últimos dias, também surgiu a notícia de que o Esporte Clube Bahia estaria negociando com a XP Investimentos, que também fez parte da aquisição da Raposa junto com Ronaldo. O presidente Guilherme Bellintani admitiu que já se reuniu com representantes da XP para ouvir sobre o tema e entender o processo, porém, afirma que não tem nada acertado e que acredita não ser o momento de discutir o assunto no Bahia.

“Não temos nada assinado com a XP, apenas um convite para duas reuniões que participamos, nada conclusivo, nada assinado, nada contratado, absolutamente nada. Estamos apenas fazendo nosso papel como presidente, com vice-presidente, como clube de ouvir”, disse Bellintani. 

“Estamos absolutamente antenados e refletindo sobre isso, apesar de a gente achar que não é o momento de colocar esse tema em discussão, porque a gente acha que tem que amadurecer e cuidar disso como o máximo de cautela possível, mas também compreendendo as circunstâncias que vão acontecer no futebol brasileiro imediatamente”, completou. 

Autor(a)

Pedro Moraes

Jornalista, formado pela Universidade Salvador (Unifacs). Possui passagens em vários ramos da comunicação, com destaques para impresso, sites e agências de Salvador e São Paulo. Contato: [email protected]

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