Fernando Jorge apresenta projetos e propostas

Assim como aconteceu em 2005, apesar dos fatos apontarem claramente para a derrota, o empresário Fernando Jorge Carneiro vai participar do pleito de 11 de dezembro, que definirá o novo presidente do Bahia para o triênio 2009, 2010 e 2011. Candidatura tida por muitos como de protesto, já que apenas membros do conselho deliberativo têm direito a voto e a grande maioria é a favor da situação, aproveita o sucesso da “Conferência Gigante Tricolor”, realizada em fevereiro, para sustentar suas propostas para o clube. Fernando irá inscrever sua chapa na quinta-feira (4), na sede de praia do clube na Boca do Rio, e espera o apoio da maioria insatisfeita da nação Tricolor “preciso manter a coerência com meu pensamento contra o continuísmo. Precisamos marcar terreno e mostrar que mesmo com chances remotas não deixaremos de tentar mudar o que está aí!” ( Bahia Noticias) PROPOSTAS PARA O ESPORTE CLUBE BAHIA
1 – Campanha de novos sócios

  • Novos estatutos (através de um amplo e ágil debate com a torcida), seguindo a tendência de democratização, transparência e eficiência administrativa de outros clubes brasileiros e europeus.
  • Eleições diretas (com a participação efetiva dos sócios) para presidente do Esporte Clube Bahia.
  • Eleições proporcionais para o Conselho Deliberativo e redução do número de conselheiros.
  • Diminuir o valor da jóia do título, que hoje é de R$200,00, para que os torcedores de baixa renda possam se associar ao clube.
  • Criar categorias de sócios (diamante, ouro e prata) com diferentes faixas de mensalidades, conforme perfil do associado.
  • Adesão imediata como sócios de todos os integrantes da Onda Tricolor.
  • Promoção de desconto/anistia da mensalidade de dezembro para o sócio que mantiver a mensalidade em débito em conta (bancária, de água, energia elétrica etc.).
  • Projeto de novos sócios com metas de curto prazo (10.000 sócios em dia), médio prazo (20.000 sócios em dia) e longo prazo (50.000 sócios em dia).
  • Realizar um censo do torcedor tricolor para identificar o seu perfil.
  • Promover campanha de recuperação de associados inadimplentes.
  • Medidas de incentivo à associação: dar voz e voto ao associado (com direito de participar das decisões do clube, a exemplo das eleições presidenciais e para o Conselho Deliberativo); descontos na compra antecipada de ingressos; promoções exclusivas; descontos em produtos oficiais na loja virtual e nas lojas oficiais; pacotes turísticos especiais para que o associado possa ver o Bahia jogar em outras localidades; Certidão Tricolor; Batismo Tricolor; e promoção “Você com o Time” – sócio viaja e concentra com a equipe.
  • Manter a pressão sobre a atual diretoria, para associação imediata, com acompanhamento jurídico caso a caso.
  • Convocação imediata dos sócios remidos.

2 – Divisões de base, previdência e assistência médico-social dos atletas

  • Destinar parte da receita líquida do clube para as divisões de base, alocando parcela (10%) da venda de jogadores profissionais oriundos da divisão de base para a mesma.
  • Formar equipe multidisciplinar (nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo infanto-juvenil etc.) exclusiva para as divisões de base.
  • No longo prazo, iniciar (com grande campanha dentre os torcedores) a construção da Vila de Formação de Talentos em uma cidade da Região Metropolitana de Salvador para afastar os garotos da vida boêmia de Salvador e dar tranqüilidade de trabalho para os profissionais que não ficam visados pela imprensa e por empresários.
  • Criar a Escola do Bahia de ensino básico e médio incluindo aulas de inglês, espanhol e japonês. No curto prazo, formar parcerias com instituições educacionais.
  • Certificação de qualidade das escolinhas de futebol credenciadas pelo Bahia.
  • Atenção especial com pais e tutores de atletas abaixo de 16 anos (pois não podem assinar contrato de profissionais nesse momento), realizando melhorias sociais nas famílias a fim de promover uma melhor afinidade com o clube.
  • Criar torneios locais com atletas até 19 anos, com jogos nos fins de semana. Somente observadores técnicos do clube irão às cidades (meta cobertura total de todas as cidades do estado) para assistir às partidas. Os melhores times farão um zonal e por fim haverá no mês de férias escolares (julho ou dezembro) um torneio rápido entre os melhores (do tipo Copa Nike Brasil) nas instalações do clube.
  • Montar um banco de dados digital de atletas, incluindo os que não foram aprovados de primeira para estimulá-los a se preparar e participar de outras peneiras através de mala direta.
  • Criar o “Expressinho de Aço” para fomentar excursões, levando a marca do Bahia ao interior e, com isso, mantendo jogadores que estouraram a idade em atividade e vinculados ao tricolor.
  • Revisar as atuais parcerias com outros clubes, e, no médio prazo, iniciar parceria com um clube de menor porte para colocar atletas da base (em forma de empréstimo) que não forem aproveitados, mas que tenham potencial, além de colocar os juniores que estouram a idade para disputar o baiano da 2ª divisão e outras competições (exemplos: Ituiutaba/Cruzeiro e Ipatinga/Cruzeiro).
  • Participação em torneios nacionais e internacionais somente nas categorias acima de 16 anos (para evitar aliciamento de clubes de aluguel e empresários).
  • Trabalhar com ex-jogadores profissionais no gerenciamento das divisões de base.
  • Fomentar a criação da cooperativa de olheiros do Esporte Clube Bahia, instituto independente ao clube (sem qualquer vinculo empregatício) em que quaisquer torcedores que sejam cooperados possam sair lucrando com descobertas de talentos no futuro (a cooperativa teria direito a uma participação no valor de negociação de jogadores).
  • Buscar valores na América do Sul para a base, com observadores técnicos através de um cronograma pré-estabelecido anualmente. Posteriormente, o programa se estenderia para países africanos.

Previdência dos atletas

  • Propor que instituições científicas investiguem a insalubridade da profissão atleta de futebol.
  • Repassar regularmente a contribuição previdenciária para que o clube não incorra em crime.
  • Criar um fundo previdenciário para os atletas. Transparência na gestão previdenciária.
  • Inserir cláusula contratual que prevê que parte dos recursos de uma eventual venda seja destinada à previdência privada do atleta.
  • Realizar pesquisa e ajuda assistencial a grandes atletas do passado do clube.
  • Assistência médico-social dos atletas
  • No curto prazo, construir centro de fisiologia, recuperação e fisioterapia de profissionais e base.
  • Oferecer plano de saúde para o atleta e sua família, enquanto o mesmo estiver vinculado ao clube. Negociar um plano de saúde para cobrir também jogadores de toda a base e seus pais ou responsáveis (a fim de evitar evasão e aliciamento por empresários).
  • Adotar, de fato, a psicologia do esporte: ajudar atletas e comissão técnica (enfrentamento de situações de stress, preparo corporal e social do atleta etc.), respeitar fases de desenvolvimento do atleta (caráter, relacionamento com a família etc.).

3 – Marketing e licenciamento de produtos

  • Caso Pituaçu não fique pronto há tempo; mando de jogos em Aracaju e nas cidades-pólo do interior que não possuam clubes no campeonato baiano.
  • Fazer promoções específicas para os jogos no interior do estado, mesmo quando não seja o mandante.
  • Criar sub-sedes oficiais.
  • Garantir a distribuição de produtos fora de Salvador.
  • Criar o “Ônibus Tricolor”, veículo adaptado com sala de projeção. Memorial itinerante para visitar escolas em diversas cidades, apresentando a história do clube.
  • Criar projeto semelhante ao Atlético KIDS, Genoma Colorado e o principal deste ramo que é o Batismo Tricolor do SPFC, organizando excursões, devidamente acertadas com escolas públicas e particulares, para que os alunos possam assistir a um treino, conversar um pouco com os jogadores e o técnico e receber pequenos brindes como: canetas, agendas, adesivos e outros.
  • Popularizar cards de ex-jogadores ou times do EC Bahia (a exemplo dos confeccionados pela Casa do Tricolor), firmando parcerias com empresas para distribuí-los gratuitamente em escolas públicas.
  • Retomar o Universicria Bahia, para integração com o publico universitário baiano e a longo prazo nacional.
  • Convocar os micros e pequenos empresários industriais a realizarem parcerias com o clube para a fabricação e comercialização de produtos a preços populares (diminuindo o market share da indústria pirata).
  • Montar loja matriz do clube e a abrir franquias espalhadas pelos shoppings de Salvador e cidades médias do interior do Estado.
  • Criar cartão da loja exclusivo para sócios, que permita a compra parcelada de produtos do clube e outras vantagens.
  • Transformar os corners em um meio de associação de torcedores de outros estados, sobretudo do torcedor tricolor que vive em São Paulo.
  • Criação e manutenção anual do Réveillon Tricolor em um stand montado no Farol da Barra, criando, assim, um ponto de encontro pra famílias tricolores que quiserem comemorar o aniversário de fundação do clube, além de vender produtos licenciados e angariar novos sócios pra o clube.
  • Durante o Carnaval, realizar parcerias com blocos de tricolores para exposição de mídia para campanhas de novos sócios.
  • Promover concurso de escolha da Miss Tricolor no Carnaval da Bahia.
  • Criar o Festival de Música Tricolor.
  • Lançar DVDs com a história do clube (história, não somente jogos) e das principais conquistas.
  • Promover, no final do ano, jogo entre atletas e ex-atletas do Bahia.
  • Criar núcleo de memória do EC Bahia, com “calçada da fama” dos ex-jogadores, vídeos de conquistas do tricolor, sala de troféus etc.
  • TV, rádio e revista virtuais do Bahia.
  • Criação do Bahia Virtual, uma estrutura paralela de representação dos verdadeiros tricolores (com fundação, estatuto, eleição da diretoria e conselheiros, associação de torcedores virtuais etc.).

4 – Planejamento e gestão do futebol profissional

  • Estabelecer um processo de planejamento (visão, missão, objetivos, metas e estratégias). O planejamento e a gestão deverão ser conduzidos a partir da análise:
  • (i) do ambiente interno (marco institucional; princípios, valores e credibilidade; estrutura organizacional; processos de gestão e práticas gerenciais; relações institucionais e com o mercado; gestão de informações; organização patrimonial; situação dos recursos);
  • (ii) do ambiente externo (mercados; limites nos marcos regulatório e legal; competidores; melhores caminhos e casos de sucesso; riscos, oportunidades e ameaças) e
  • (iii) das estratégias e políticas de gestão.
  • Implantar um novo modelo de gestão:
  • (i) redesenho da estrutura organizacional;
  • (ii) profissionalização e requalificação do quadro funcional;
  • (iii) implantação de programas de qualidade e certificação;
  • (iv) valorização do capital humano;
  • (v) políticas departamentais
  • (vi) Benchmarking.
  • Trabalhar com orçamento, elevando as receitas (valorização da marca) e reduzindo despesas administrativas e operacionais.
  • Reestruturar as finanças do BASA, atuando no sentido de zerar o déficit no patrimônio líquido através:
  • (i) do fortalecimento do quadro associativo do EC Bahia para que o sócio controlador possa investir no BASA;
  • (ii) da negociação com a Ligafutebol S/A (detentora das ações preferenciais tipo B) para a incorporação de um novo parceiro na sociedade (novo aporte de recursos);
  • (iii) da qualificação das divisões de base, o que, no médio prazo, elevaria o ativo do BASA (através de uma reavaliação contábil) e
  • (iv) da melhor gestão dos recursos (choque de gestão).
  • Criar setor de controle interno e instituir uma Ouvidoria com autonomia em relação à direção do Clube.
  • Internacionalizar o clube, buscando parceiros, preferencialmente, em Portugal e na Espanha. Criar setor de relações internacionais.
  • Promover amistosos internacionais com times tradicionais da América Latina, a exemplo de Boca Juniors, River Plate etc.
  • Realizar, no médio prazo, subscrição de ações na Bolsa de Valores (IPO) e adotar práticas de governança corporativa.
  • Manutenção de um staff permanente na comissão técnica, sendo que o técnico só poderá indicar um auxiliar.
  • Implantar um programa de formação de gestores.
  • Adotar política de bonificação de parte dos salários dos atletas por resultados e metas obtidas (comportamento disciplinar nos treinos, prêmios por gols marcados, bônus por triunfo, etc.).
  • Criar um setor de recursos humanos específico para o futebol, para visualizar, garimpar e antecipar contratações de valores por aquisição.

5 – Patrimônio e estádio

  • Permutar com o Governo do Estado o conjunto Sede de Praia/ginásio pelo Estádio Metropolitano de Pituaçu ou negociar o conjunto com a iniciativa privada e, com o recurso obtido, propor ao Governo do Estado a aquisição do Estádio de Pituaçu. Outra alternativa seria negociar com o Governo do Estado um contrato gratuito de uso de 30 anos para o estádio de Pituaçu.
  • Transformar o estádio de Pituaçu ou a nova Fonte Nova em uma arena multiuso e auto-sustentável (aproveitando a renda gerada pelos serviços dentro do estádio), concentrando no mesmo espaço toda a área administrativa.
  • Construir a Vila de Formação de Talentos, juntamente com um centro médico fisioterápico para as divisões de base (conforme destacado no subitem divisões de base).
  • Construir um centro médico fisioterápico de referência para a categoria profissional.
  • Promover o tombamento da torcida como patrimônio do clube.
  • Promover a criação de um centro de educação técnica e/ou superior com cursos específicos voltados para gestão esportiva através de parcerias com grandes instituições de ensino superior, SEBRAE e outras instituições.

PROPOSTAS ANALISADAS E DISCUTIDAS NA CONFERÊNCIA GIGANTE TRICOLOR

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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