
Neste sábado (27), será lançado o livro “Épico Esquadrão”, de Elton Magalhães, que contará a história do Esporte Clube Bahia através do Cordel. O lançamento será às 14h, na Loja Esquadrão. “Na grande retrospectiva de Elton, os heróis estão devidamente laureados no panteão dos deuses. Marito, Beijoca, Zé Carlos, Bobô e o até o improvável Raudinei têm suas façanhas narradas com especial afinco. Os títulos nacionais de 1959 e 1988, a campanha triunfante do hepta estadual (até hoje um recorde), de 1973 a 1979, e até a (re)conquista da Copa do Nordeste, de 2021, pululam entre rimas, gaiatices, provocações e amor”, destaca parte do prefácio.
Confira abaixo o prefácio escrito pelo jornalista André Uzêda.
Mais difícil que criar uma nova história é saber contar uma que já existe. A poesia e as rimas de Elton Magalhães desfilam em campo aberto num enredo constantemente revisitado, muito embora, a partir do seu toque particular, ganhem roupagem puramente original.
Os 90 anos do Esporte Clube Bahia, suas glórias, epifanias, desgraças e tragédias são, sim, conhecidas do torcedor. A tenacidade na qual o cordelista busca recontá-las, no entanto, garantem um toque de camisa 10, daqueles que jogam solto, transbordando magia, mas sem esquecer a obediência tática.
Sem fugir da métrica perfeita, da nobre arte de Patativa do Assaré, Elton intervala suas firulas no jogo de palavras e demonstra zelo pelos mínimos detalhes. Já no título “Épico Esquadrão”, a aliteração dá conta da dimensão da epopeia a ser narrada.
Há de se destacar também o trabalho de pesquisa em recontar, por década, momentos fundamentais na consolidação do Esporte Clube Bahia: de uma origem aristocrática à uma agremiação que arregimenta uma torcida apaixonada, fascinada pelas cores azul, vermelha e branca e capaz de fazer vibrar do Campo da Graça à Arena Fonte Nova, num espetáculo radioso.
Falar desta massa do Bahia, que encarna o ato de torcer como uma devoção sacra, não faz muito sentido sem tocar em temas religiosos. Desta maneira, o cordelista se desfaz da condição de autor, logo no segundo verso, para evocar a proteção ao Senhor do Bonfim (também Oxalá) e ter inspiração no que virá a escrever, fazendo assim uma referência despretensiosa aos clássicos poemas épicos em suas invocações. Consciente ou não, repete o gesto crédulo que todo torcedor faz: no primeiro toque na bola para o começo da peleja; diante da cobrança de um pênalti ou mesmo em qualquer jogada de um mísero Ba-Vi.
Na grande retrospectiva de Elton, os heróis estão devidamente laureados no panteão dos deuses. Marito, Beijoca, Zé Carlos, Bobô e o até o improvável Raudinei têm suas façanhas narradas com especial afinco. Os títulos nacionais de 1959 e 1988, a campanha triunfante do hepta estadual (até hoje um recorde), de 1973 a 1979, e até a (re)conquista da Copa do Nordeste, de 2021, pululam entre rimas, gaiatices, provocações e amor.
O Carnaval, dimensão festiva que carimba no torcedor do Bahia um temperamento único frente aos demais, também está plenamente contemplado no livro, assim como os momentos de fracasso em campo, com os rebaixamentos de 1997, 2003, 2005 e 2014. A tirania despótica da família Guimarães, vencida por uma intervenção judicial e pela luta engajada dos torcedores, não escapa ao olhar do atento escritor, um obcecado em contar minúcias e rimar com precisão.
Desta forma, “Épico Esquadrão” é um presente ao torcedor e um convite a um mergulho profundo em sua própria história, utilizando uma das narrativas mais nobres e identificadas com a região Nordeste: a Literatura de Cordel. No elegante texto em versos e estrofes de Elton Magalhães, futebol e poesia tabelam num manejo entrosado, engrandecendo a camisa que vestem – por sorte a nossa, azul, vermelha e branca.
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