Dentro do embalo da reabertura do futebol, como o Campeonato Carioca, data e previsão do Campeonato Paulista e da Copa do Nordeste, o Campeonato Baiano será retomado no dia 22 de julho, um dia após o reinício da Copa do Nordeste. Porém, a forma e data não agradou o Jacobina que ameaça ir à Justiça para adiar o reinício do Baianão. Vale lembrar que o clube do extremo norte da Chapada Diamantina é o último colocado com apenas um pontos e junto com o Doce Mel são os únicos que não venceram na competição.
O vice-presidente do Jacobina, Rafael Damasceno em entrevista ao Jornal Correio, exatamente ao jornalista Gabriel Rodrigues, afirmou que o clube foi contra o retorno do estadual por entender que ainda não é o momento de retomar o futebol e que não tem condições de remontar o elenco e iniciar os treinos para jogar em um intervalo de duas semanas
“O Jacobina foi contra o retorno. Temos aqui o decreto do prefeito, a partir do dia 11 a cidade vai entrar em toque de recolher. A federação consultou a prefeitura se permitiria o retorno dos treinos do Jacobina, mas não foi liberado. Como vamos contratar? Como vamos treinar? Onde vamos ficar? Nem o recurso da televisão recebemos ainda. É uma coisa complicada, difícil de retornar. É um momento em que a Bahia tem recorde de mortos em 24 horas por covid-19, passamos dos 80% de leitos de UTI ocupados e vem falar em retorno do futebol baiano em 10 dias? Isso é inadmissível”, disse Rafael Damasceno.
“A única coisa que vamos fazer é ir para a Justiça e tentar parar isso. Se não tiver jeito, o Jacobina não entra em campo e aceita o rebaixamento em troca das vidas”, continuou o dirigente.
Questionado pelo jornalista se teme punição caso não entre em campo, Rafael Damasceno disse que o clube vai arcar com as consequências. Segundo ele, atualmente o Jacobina não possui nenhum jogador no elenco nem comissão técnica. Como não tem outra competição no calendário deste ano, os contratos encerrados de acordo com a previsão original do fim do Baianão (em abril) não foram renovados.
“Se tiver alguma punição, paciência. Eu sou grupo de risco, minha esposa está grávida de seis meses, tenho filho pequeno e mãe idosa que mora comigo. A prioridade é a vida da minha família, é a vida das pessoas. Se tiver alguma punição, paciência. Em nenhum momento eu vi Justiça trazer vida de alguém de volta. Não vou colocar a vida da minha família em risco, vida das famílias dos atletas em risco para atender uma necessidade financeira do momento e de alguns órgãos”, afirmou ele, antes de continuar:
“Nós fizemos a programação até o término do Campeonato Baiano. Todos os contratos se encerraram. O campeonato foi paralisado, ninguém tem culpa, mas não temos nenhum jogador, não temos outra competição além do estadual para disputar. Não temos comissão técnica, não temos nada. Aí temos dez dias para contratar tudo do zero e recomeçar sem ter nem onde treinar”.