A irreverência do protesto do torcedor do Bahia

O torcedor do Bahia é o torcedor do próximo jogo. Diga-se: Campinense versus Bahia. Um torcedor que não se faz respeitar, nem tem veia para o protesto. São em sua maioria pusilânimes. Fiéis adorarados de quem coloque em campo um time qualquer, sem se dar conta de perguntar primeiro se o time que nos representará está de acordo com as tradições do clube.

Nosso torcedor em sua boa parte é autoritário, um tipo de caráter muito sugestivo que tem e teve influência nos tempos da covardia da ditadura e os tempos de chumbo de 1968 no Brasil, cujo slogan ame-o ou deixe-o resumia a proposta autoritária, sinônimo de pouca tolerância com quem ousasse discordar dos métodos dos “donos do poder“.

Mas o Bahia, também, é manifestação pura e irreverente de seu torcedor que protestará contra esse arremedo de time de maneira singular como no velho carnaval da Bahia ou de Olinda. De maneira muito pessoal e liberta de correntes de email. Ele deverá protesta levando consigo o nariz de palhaço, ou mesmo se vestindo de luto por nos tirarem a felicidade de torcer pelo Bahia.

Acho válido protesto assim criativos, que se dignam a mostrar que o torcedor do Bahia não é burro. O torcedor do Bahia não beijará a mão como muitos fazem, hoje, a qualquer coronelzinho que temporariamente sente-se na cadeira de presidente do maior time do norte e nordeste do Brasil.

O Bahia se diferencia de todos os outros clubes pelo mal que faz ao seu torcedor, ao mesmo tempo que o torcedor não se faz respeitar. Todos os outros clubes mudaram: o Grêmio mudou e superou seu momento ruim, o Palmeiras e o Corinthians mudaram, e o Vasco deve superar, também, seu momento ruim. O que os diferencia do Bahia? Eles tiveram mudanças significativas em seus comandos. Menos o Bahia que é puro continuísmo de uma política de revezamento entre a turma de Paulo Maracajá e Marcelo Guimarães.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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