A selva do futebol brasileiro

Amigos rubro-negros, estou solidário com vocês na insatisfação pelo resultado de ontem. Não poderia ser diferente, pois também compartilho da infinita felicidade de ser Vitória e é de conhecimento público e notório nosso alto nível de exigência.

E digo mais, cobramos de quem pode nos pagar. Esse time que nos deleita semanalmente não só tem condições de vencer o Náutico em Recife como tinha a obrigação de fazê-lo. O melhor e maior tem sempre a obrigação de vencer e, de preferência, dar espetáculo. Todavia, o futebol não admite essa lógica cartesiana. Mais do que um esporte o futebol é um jogo e um jogo político. E ontem o jogo político foi mais relevante que o esporte.

Tudo começou como deveria ser. O melhor do Nordeste vencia e humilhava um adversário muito inferior, fez seu gol, poderia ter feito vários outros e foi para o intervalo com a sensação de dever cumprido. Nesse momento acabou o esporte.

Na volta para o 2º tempo o Náutico começou a jogar com 12, sendo que o 12º era um craque chamado Paulo César de Oliveira. Distribuiu cartões para o Vitória como se fosse amostra grátis, marcou um pênalti para o Náutico e, não satisfeito, ainda expulsou Wallace. Não vou nem descer do meu pedestal para discutir o pênalti duvidoso, mas expulsar Wallace por aquele lance me lembrou, na hora, um gibi dos Irmãos Metralha.

Ainda assim, com um a menos, continuamos jogando de igual para igual, chutamos bola na trave, o goleiro deles fez milagre em chute de Leandro “Magic” Domingues e… Já com quarenta e tanto do 2º tempo o lateral do Náutico jogou basquete dentro da área e Paulo César de Oliveira fez o jogo político que lhe cabia… Aquilo não foi um pênalti, foi um batom na cueca! Qualquer coisa mais clara que aquilo cega!

Ainda assim, apesar de tudo, tínhamos sim a obrigação de vencer. Não estamos passeando em torneio de acesso para nos dar ao luxo de perder pontos contra equipes tão inferiores. Poderíamos ter resolvido a parada no 1º tempo e se virássemos com 2×0 nem que Paulo César de Oliveira se transformasse em Santo Expedito o Náutico empataria aquele baba. Ficamos sem nossos 03 zagueiros e sem Vanderson para o jogo contra o Galo. Paulo César de Oliveira feriu o meu Leão, mas Leão ferido não faz bem para Galo!

Amigos, realcem os sorrisos tricampeões e deixem os mantos limpos para domingo, pois no Barradão 100% seremos nós que empurraremos a máquina de fazer felicidade para mais 03 pontos.

O futebol brasileiro é uma selva e o Leão tem que se comportar como Rei.

André Dantas (Snowman)

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário