A diretoria do Bahia já anunciou que vai recorrer da decisão tomada pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que puniu o clube com a perda de sete mandos de campo e multas de R$ 70 mil pela invasão do gramado e mais R$ 10 mil por não garantir a segurança do torcedor no empate sem gols com o Vila Nova, pela penúltima rodada do octogonal final da Série C.
“Só se falava da morte dos torcedores. O relator chegou a dizer que a multa de R$ 70 mil representava R$ 10 mil para cada morto. Julgaram na base da emoção”, criticou o presidente do clube, Petrônio Barradas, em entrevista ao jornal A Tarde.
Petrônio insinuou ainda que os auditores do STJD estavam propensos a punir o Bahia com apenas quatro partidas com os portões fechados, mas aumentaram a pena porque “sabem que a punição vai ser reduzida no Pleno do STJD”.
Ano passado, o Bahia perdeu seis mandos de campo por invasão da torcida para protestar contra a eliminação do time no octogonal da Série C, mas a pena foi reduzida para quatro jogos no Pleno.
Na avaliação do departamento jurídico do clube, a comoção provocada pela morte de sete torcedores que despencaram de uma cratera aberta no meio da arquibancada influenciou o resultado da decisão. Os dirigentes lembram que clubes que outras invasões de campo sequer foram denunciadas, como a do ABC, no estádio Frasqueirão.
A súmula do árbitro sergipano Antônio Hora Filho, que apitou a partida na Fonte Nova, não cita os atos de vandalismo praticados pela torcida do Bahia ao final do jogo, como a retirada de placas de grama, redes e destruição da cobertura dos bancos de reserva.
Apesar dos protestos, a direção do Bahia reconhece que a mesma repercussão que hoje prejudica, já beneficiou o clube nesta edição da Série C. O meia Hugo, do São Paulo, foi punido com 120 dias de suspensão por causa de uma cusparada em um adversário. Nonato, por infração idêntica, pegou apenas três jogos. E olha que ele já havia sido expulso no mesmo campeonato por atingir um adversário caído com uma bolada.
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