Novo estatuto garante eleição direta no Vitória

O Vitória trabalhou três meses em silêncio para reformar o estatuto. E, no embalo do frenesi pelo retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, a diretoria pretende estreitar a relação com o sócio-torcedor ao assegurar voto direto nas eleições para presidente do clube, atribuição legítima, embora não exigida no novo Código Civil.

O vice-presidente administrativo e financeiro do EC Vitória, Carlos Falcão, deve apresentar no dia 26 deste mês ao presidente do Conselho Deliberativo, deputado José Alves Rocha, a proposta de reforma. “Trata-se de modernizar o regimento interno e também adequá-lo ao novo Código Civil”, destaca.

Como expiram ainda este mês os mandatos de Alexi Portela Júnior, presidente do EC Vitória, e de José Alves Rocha, substitutos de Ademar Lemos Júnior e Maneca Tanajura, não há tempo de aprovar as modificações antes da eleição, ainda restrita ao conselho. O novo estatuto propõe carência de 18 meses para voto nas eleições do clube, apesar de ser livre a participação nas assembléias para os sócios em dia com a mensalidade. “Queremos atingir a marca de 20 mil sócios em três anos”, visualiza o consultor financeiro e conselheiro há duas décadas.

Foram analisados os regimentos de variados clubes brasileiros, por exemplo, Grêmio e Internacional, cujo fortalecimento passou pela revitalização do quadro social. Constam ainda mecanismos para controle de finanças, transparência nas decisões e veto à remuneração de dirigentes da diretoria executiva do EC Vitória.

A comissão ouviu variados segmentos do clube para, quando o documento for posto sob julgamento, existir apoio para aprovação. Participaram, por exemplo, Nilton Sampaio, Pedro Amâncio e Silvoney Sales, trio com história na instituição, e Jorge Sampaio, gestor da empresa Vitória S/A, além de Alexi Portela Júnior.

Em outubro, o Ministério Público cobrou até a audiência de 21 de fevereiro de 2008 revisão das instituições. Em 11 de janeiro de 2003, quando entrou em vigor a Lei Federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, foi delimitado prazo de quatro anos para as adequações aos dispositivos. No futebol, mesmo com abalos, a estrutura se manteve.Correio da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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