Paulo Maracajá: “Eu só ajudo o Bahia”

Em entrevista ao repórter Cláudio Leal do site Terra Magazine, Paulo Maracajá se diz tranqüilo com a quebra dos sigilos e aproveitou a oportunidade para denunciar a existência de uma suposta “oposição radical”, composta por pessoas que não gostam dele.
Só não disse, o de fato presidente do Bahia, o porquê desta antipatia e, na sua já característica cara de pau, repetiu a velha conversa mentirosa ao reafirmar que apenas ajuda o Bahia; restou ao presidente dizer que a sua ajuda se resume a afundar o clube!Segundo o site Terra Magazine, Paulo Maracajá avaliou a questão da seguinte maneira: Alguns setores da oposição me fazem oposição radical. Eles fizeram uma denúncia ao Ministério Público dizendo que eu exerço cargo no Bahia. Mas eu não exerço cargo nenhum, sou apenas um conselheiro. Sei que o Bahia está numa situação difícil e ajudo o Bahia da maneira que eu posso. E aí esse pessoal me denunciou ao Ministério Público. Contra um deles eu já entrei com duas queixas-crime. Uma na terceira vara crime e outra na quarta. São pessoas que não gostam de mim.
Maracajá é campeão brasileiro de 1988. Admite a influência na administração, mas nega ter efetuado pagamento de despesas no clube, atualmente na Série B do Brasileiro.
– O Ministério Público, para dirimir dúvidas, mandou quebrar meu sigilo bancário e fiscal, o que eu encaro naturalmente. Vai demonstrar que não tem nada demais – diz o ex-presidente. Quem está dizendo isso são os caras que me denunciaram. São os denunciantes. Não existe isso.
O cartola baiano sofre ainda a acusação de representar o time no “Clube dos Treze”, apesar de desempenhar cargo público no TCM. O advogado do conselheiro do tricolor baiano, Celso Castro, afirma que não tem ainda em mãos o processo, e aponta estranhezas.
– Não estou entendendo porque se quer o sigilo bancário, já que se trata de um clube particular, não tem nada de verbas públicas. Não há acusação de ter recebido dinheiro do Bahia. Há a denúncia de interferência. Ele foi presidente, deu um título de campeão brasileiro, é natural que participe como torcedor. Esse fato não caracteriza ingerência indevida. “Co-gestão” é uma figura esquisita. Claro que um ex-presidente tem sempre um peso – pondera o advogado.

Sede de praia do Bahia pode valer R$ 40 ou R$ 45 milhões.

Sem poder contar com sua principal fonte de receita, a renda dos jogos na Fonte Nova, desde a tragédia ocorrida no final do ano passado, o Bahia busca alternativas para amenizar a atual crise por qual está passando. O esperado seriam ações do departamento de marketing para aproximar o torcedor do clube e obter uma resposta o mais rápido possível. Mas, a saída encontrada pela diretoria tricolor deve ser a venda da sede de praia, na Boca do Rio, o que só deve acontecer a longo prazo. Mas a longo prazo ou não, o clube pretende lucrar R$ 30 milhões pela venda da propriedade.

Na reunião do Conselho, realizada na última segunda-feira, além de confirmar o acordo para as eleições diretas em 2011, ficou acertado que será criada uma comissão para decidir o futuro do imóvel. A venda da sede, considerada um “elefante branco”, vai ser avaliada não somente por membros da diretoria e da oposição. O clube vai contratar três empresas, entre elas a Caixa Econômica Federal, para avaliar detalhadamente o local. O objetivo é saber quanto vale o terreno e se existem impostos a ser colocados em dia.

A necessidade do Bahia é de dinheiro urgente. No entanto, ao que tudo indica, a sede só deve ser vendida no final deste ano ou início do próximo. De acordo com a diretoria, essa é uma oportunidade para investir mais no patrimônio do clube. A diretoria tem como meta, construir uma nova sede e investir principalmente no saneamento dos principais problemas existentes atualmente no Fazendão, como ações trabalhistas e reforços para que o time consiga voltar tão logo à Série A do Brasileiro.

Um benefício ainda maior para o Bahia deve ser o PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) aprovado na Câmara Municipal de Salvador no final do ano passado. O aumento do gabarito da orla de Salvador surgiu como uma esperança para a diretoria. Com a possibilidade da construção de prédios maiores à beira-mar, o terreno onde fica localizada a sede de praia está mais bem valorizado e passou a interessar grandes redes hoteleiras de todo o mundo. Com isso o clube poderá até vender a sede por R$ 40 ou R$ 45 milhões.

Outro ponto da reunião que ficou para ser discutido posteriormente é o valor da taxa paga pelo sócio-contribuinte e o tempo de carência para poder participar das eleições. A torcida quer a mensalidade de R$ 20 e um tempo limite de um ano. No entanto, a diretoria mudou de opinião e durante o encontro do Conselho afirmou que a mensalidade deveria ser de R$ 25 com a carência de dois anos. (Por Rapahael Carneiro e Isabele Rocha)

Veja também – Quebrado sigilos bancário e fiscal de Maracajá

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