Bruno Pivetti assumiu o time principal do Esporte Clube Vitória na reta final do Campeonato Baiano após a retomada do futebol em substituição ao treinador Geninho, mas não conseguiu classificar a equipe para a segunda fase da competição estadual. Na Copa do Nordeste, o Rubro-Negro foi eliminado nas quartas de final para o Ceará; e na Copa do Brasil, caiu na terceira fase também para o Vozão. Na Série B, o Vitória – que chegou a figurar entre os primeiros – ocupa a 9ª colocação com 18 pontos, a quatro do Paraná, clube que abre o G-4. A equipe teve duas boas chances de entrar no G-4, mas a derrota para o CSA e o empate com o Operário atrapalharam os planos e fizeram com que conselheiros pressionassem pela demissão de Pivetti. No entanto, o presidente Paulo Carneiro, durante live com o apresentador Thiago Mastroianni, mostrou confiança no trabalho de Bruno Pivetti e saiu em defesa do treinador.
– Eu, que sou um especialista, um curioso com mais tempo de trabalho, não posso avaliar o resultado somente pelo resultado. Eu tenho que ter agravantes e atenuantes. Digo sempre que um treinador que quiser fazer um curso, o módulo tem que ter três programas: grupo de atletas, semana de treinamento e o jogo. Não pode olhar o treinador sem olhar esses três pilares. A semana de treinamento, o jogo, que é a escalação, preleção, interação com o atleta, modificação, decisão de modificar. Ele tem sozinho que tomar essas decisões. Durante a semana, não. Ele tem um corpo de trabalho que o assessora para ele tomar as melhores decisões e fazer a melhor escolha. Dito isso, Bruno está entre os melhores que conheci em minha vida. Ponto – disse o presidente do Vitória.
– Preciso viver tudo isso, mas ter calma e proteger minha comissão técnica para que ela continue trabalhando. Esse time foi montado em janeiro e parou quatro meses. Tem cinco meses de montado, está entre os 10 melhores da Série B e podia estar entre os quatro porque perdeu jogos onde era o melhor time. O que vou fazer? Vou desmontar esse projeto? Hoje eu tenho um projeto. Se trago um treinador de fora, dito por muitos como mais experiente, que faz coletivo de 60 minutos… Agora, não. Os mais velhos estão aprendendo. Fazem coletivos de 40 minutos – disse Paulo Carneiro.
– Não sou contra o mais velhos. Sou contra os incompetentes. Competência e incompetência não tem nada a ver com idade. Isso é uma grande bobagem. Bruno tem 15 anos de vestiário. Bruno trabalha desde 2016 até 2019 com o maior treinador brasileiro da história, o mais festejado, o que ganhou mais títulos: Paulo Autuori. Com Paulo, eles foram juntos à Libertadores da América no Athletico-PR. Eu era o diretor. Se ligar para Paulo Autuori e perguntar, ele vai dizer que Bruno é o melhor. Eu posso ser o presidente. E o melhor treinador da história vai dizer a você que Bruno é o melhor. Eu quase perco Bruno pro Botafogo. Sabe qual a intenção de Paulo? Ele queria ser o diretor do Botafogo, e Bruno o treinador do Botafogo. Bruno não abandonou o projeto que ele está me ajudando a construir. Nós temos um programa que vai muito além do resultado, só que nós precisamos do resultado também.
– Treinador sai do clube quando os resultados negativos são insuportáveis ou quando ele perde o comando do grupo. Bruno nem de longe perdeu o comando do grupo, até porque tem pulso firme e sabe interagir. Ele é muito querido pelos jogadores. E estamos longe de ter derrotas insuportáveis. Estamos com parece 50% de aproveitamento, mas precisamos de mais, estamos trabalhando para ter mais. Já podíamos estar entre os quatro? Já. Infelizmente não estamos. Mas faltam 24 ou 25 rodadas. Aprendi na vida que calma e caldo de galinha não faz mal a ninguém – finaliza Paulo Carneiro.