Vitória não é Flamengo e não veste Azul, entendeu?

Fui convidado para vir até a capital do estado de Espírito Santo para participar de um pequeno simpósio sobre as novas tecnologias na educação, desembarquei no início da tarde de ontem (segunda, 28) e quando cheguei ao local o evento já havia começado. Felizmente a minha palestra sobre novas perspectivas na modalidade de educação a distância estava marcada para o final da tarde. Falei um pouco sobre a história da educação a distância em nosso país, começando por aquele famoso instituto, que tinha o mesmo nome de uma gigantesca igreja evangélica, que ministrava cursos técnicos e profissionalizantes por correspondência.

Em seguida falei sobre aquelas revistas que vinham acompanhadas de uma fita K7 e prometiam que, fazendo os exercícios propostos e ouvindo as aulas, mesmo que fosse dormindo, o camarada ficaria fluente em qualquer língua do planeta, e encerrei a minha participação falando sobre os atuais modelos de cursos superiores completamente a distância ou semipresenciais. Na saída um cidadão me parou, eu pensei que fosse para perguntar algo sobre a minha participação, e me disse  que a moqueca capixaba é muito melhor que a baiana, educadamente lhe respondi que antes de aprender a fazer este famoso prato típico eles precisam saber diferenciar acarajé de sonho.

Digo isto pois da última vez que um representante capixaba veio para nossa filialdade, lhe levei até o tabuleiro da baiana e o rapaz apontou para o nosso mais conhecido quitute e perguntou quanto era o sonho.

Marquei rápida presença no coquetel de encerramento do evento e voltei para o hotel, vesti uma camisa do Vitória, não viajo sem pelo menos duas, e perguntei ao camarada da recepção onde tinha um bar onde eu pudesse assistir ao jogo. O camarada olhou para a minha camisa e perguntou se o Flamengo jogava hoje. Elegantemente lhe respondi que aquela camisa era do Vitória e ele sorriu ao me dizer que o Vitória local veste um uniforme azul.

Sentei em um boteco de um bairro chamado Triangulo, pedi uma cerveja e escutei alguém em uma mesa no fundo bar dizer que queria ver se o time que ganhou do Corinthians era bom mesmo, uma outra voz perguntou como é que o time ganhou da equipe paulista sábado e já estava jogando hoje, um terceiro lhe explicou que o calendário do futebol brasileiro era uma bagunça mesmo. Escutei tudo isso louco por ver o meu time confundido com a briosa equipe do Atlético de Goiás.

Na hora de pagar a conta o garçom, tentando ser legal, me disse que flamenguista não precisava pagar 10%. Voltei para o hotel me perguntando se os ordinários não percebiam que aquela camisa não era do time carioca. Feliz com o resultado de ontem e como uma forma de representação diplomática, vesti outra camisa do Vitória e vim para o aeroporto, local onde estou sentado escrevendo estas linhas, quando passei pelo detector de metais o segurança botou a mão em meu ombro e perguntou se conquistaríamos a Copa do Brasil sobre o Cruzeiro. Não vejo a hora de voltar a pisar em solo soteropolitano.

Alex Oliveira, rubro-negro de Salvador e amigo do Blog.

 

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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