A torcida do Bahia pirou?

O torcedor tricolor depois da porrada contra o Vitória, no penúltimo domingo, ainda não acordou do seu transe neurótico. Deveras, um jogo em que começou bem, mas transformou-se em goleado para o adversário não pode ser entendido imediatamente e absorvido com naturalidade. Cada vez que o tricolor entra em campo as vaias ainda são em decorrência desse fatídico dia que custou a cabeça do técnico Jorginho. O que as vaias da torcida querem dizer? Cortes mais radicais dentro do elenco do tricolor deveriam ser feitos, mas não são, inclusive com uma demissão por justa causa  por possíveis “máfias’ de jogadores dentro do grupo.

A torcida não anda somente de mal com a diretoria e o seu time. É certo que a diretoria não consegue administrar bem, o elenco tem mostrado fraqueza e a o adversário tem um time superior. Mas, não é só isso! O torcedor e a diretoria tricolor piraram de vez! Se vocês observarem as redes sociais de torcedores tricolores verão por si mesmos o que estou a afirmar: torcedores comemorando o fato de que o Vitória foi o segundo time a perder na nova Fonte Nova, como que querendo dizer que o Vitória é “vice” em derrotas. Essa disputa, como torcedor do Bahia, eu quero estar é distante! Saber quem  é  1ª ou 2ª lugar em derrotas parecem com reuniões de neuróticos por cigarro quando um aposta que o outro será o primeiro a morrer.

Esse lado da psique tricolor eu não conhecia, um narcismo sem precedentes e a sua pulsão por morte visceral e infinitamente superior do que qualquer torcida brasileira. Vejam que em Pernambuco o Santa Cruz está na 3ª divisão do futebol nacional faz algum tempo e é o atual Bi-campeão pernambucano, certamente conseguirá ser tricampeão, isto se dá por que a sanidade da torcida do Santa é o próprio clube, um clube democratizado e dentro da realidade do futebol racional, e que tem esperanças de subir com todas as vantagens de ter conseguido sua unidade política. Vejam que está na 3ª divisão do futebol nacional não quer dizer um time fraco aqui, mas, ao contrário, quer dizer um time forte da cabeça e capaz de detonar os outros com a força de sua fé.

No Bahia o que acontece é o contrário: O Bahia pirou sua torcida. E ela que quer manter-se na primeira fila do brasileiro e continuar sem fé nas suas lideranças anti-democráticas! O problema político é tão grave quanto a presença do pastor na comissão dos direitos humanos e minorias do Congresso. A torcida está alucinada e até exibindo fotos de crianças em suas poses gentis e inocentes pedindo a cabeça do atual presidente do tricolor com dizeres que ele não a representa, outrora o aplaudido presidente anti-democrático que conseguiu a ascensão tricolor e os seus pais que estavam a aplaudir o time de Marcelo Guimarães Filho. Esse caldo de sede de vitória sem unidade política, gosto por tirar de qualquer maneira o presidente do clube, a aversão por democracia dos “donos” do Bahia, formam um caldo cultural interessante em que todos saem perdendo, principalmente a paixão do torcedor.

Não seria melhor a diretoria sair dessa letargia e defender uma nova unidade política no clube como fez Marcelo Guimarães Filho no início do seu primeiro mandato? Não é melhor, Presidente,  criar uma cultura de respeito ao mandato, uma apologia de apoio ao time, como está acontecendo no Palmeiras, apesar dos pesares, e fazer sua diretoria respeitar a torcida com a exigência de respeito como fez a torcida Povão? Respeito que a diretoria é obrigada a ter pela torcida enquanto insatisfeita pela fraquíssima atuação do seu lateral, o seu centro-avante mais gordo e a permanência de jogadores como Neto sem mais condições de vestir a camisa do tricolor, a exemplo de Zé Roberto. A torcida do interior que apoiou o atual presidente do Bahia não a representa! Provavelmente cabos eleitorais que não enxergam senão o seu próprio interesse. Coragem, presidente! A irracionalidade da torcida pode chegar a um grau em que qualquer estouro da boiada pode significar uma dificuldade imprevisível para seus apoiadores e sua próxima candidatura.

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