EC Vitória: Seis pontos no Barradão

” CRI 2×1 ECV, Se o Vitória ganhar os seis pontos no Barradão, vai passar despercebido”

Resenha atrasada mas em hora ainda. O Vitória perdeu o jogo na terça-feira porém poderia ter saído ao menos com um empate se não fosse o Douglas (Dougluglu, não. O goleiro do Criciúma).

Começa o jogo e Zé Carlos (dublê de Ronaldo Fenômeno), com muita humildade e reconhecendo a sua (na verdade, falta dela) condição atlética, ao invés de arrancar pra dentro da área do Vitória, solta um foguete que passa por cima de Dougluglu. O Criciúma partia pra cima, empurrado por sua inflamada torcida, e dando susto no torcedor do Vitória. Antes de sair o gol, eu já estava irritado no sofá com a equipe esportiva que o Premier ( Globosat) arranjou pra trabalhar no jogo. O narrador não tirava o “Vitória da Bahia” da boca. O comentarista pregueiro soltava pérolas do tipo: “o lado forte do Vitória é o esquerdo, com o excelente apoio de Saci, que cruza bem e chuta forte”. A repórter do campo podia até fazer um bom trabalho mas o trio já estava prejudicado. Na Segunda Divisão, arranjam profissionais de segunda pra trabalhar nos jogos.

Miséria pouca é bobagem, Gabriel dá de ré e deixa Gilmacher cruzar na medida para Zé Pochete mandar a humildade inicial para longe, matar no monovolume adiposo e soltar uma bomba certeira no gol do ECV. Rodrigo, que ficou tirando onda com a zaga do Vitória, da qual ele faz parte, dizendo antes do jogo que esta estava cometendo erros infantis, mordeu a língua.

O Vitória voltou para o segundo tempo e logo teria a chance de empatar se o juiz tivesse dado pênalti no lance em que o cabeceio de Neto Baiano resvalou no braço do zagueiro do Criciúma. Ninguém viu o replay pois a geração lá de Santa Catarina, tal qual argentino faz em jogo da Seleção Brasileira na Argentina, não reprisa lance polêmico a favor do adversário.

Para acabar de piorar, Zé do Gol (esse é seu apelido por lá) como se fosse a Lua (pelo menos é redondo que nem ela) fez a rotação em torno próprio corpo, e bateu forte e seco no canto de Dougluglu, com a conivência de toda a zaga rubro-negra. Douglas, apesar da boa partida, podia ao menos ter se jogado nessa bola pra fingir comprometimento.

Carpegiani esperou tomar dois gols pra mudar o time, entrando Rildo e Dinei, saindo Marquinhos e Eduardo Ramos. Vou abrir parênteses para falar desse sujeito blasé.

Desde a eliminação contra o Coritiba eu estou entalado com esse cara. A pardalice que eu ingenuamente achei que ficaria só no treino, foi pra dentro de campo, com Gabriel (zagueiro destro) na lateral esquerda e Léo “BR-324” voltando à direita. Conseguiu, em um tempo só, ter três laterais direitos diferentes. O pior foi ter quebrado a corrente da vitória na Copa do Brasil, assumindo o posto de Ricardo Silva na beira do campo. Sujeito vaidoso que é, Carpegiani, não perderia a oportunidade de aparecer em rede nacional em jogo de quartas-de-finais da Copa do Brasil. Ele foi ousado mas também completamente desorganizado naquela partida. Era para o Titio Ricardo estar ali na área técnica, com o seu basicão, o feijão com arroz, a simplicidade, a cumplicidade com os jogadores e a sua estrela, que foi compulsoriamente apagada dali do banco de reservas.

Pois bem.. Agora que é série B, que é jogo contra time de interior, sem apelo de mídia, esse sacana resolve voltar pro camarote e coloca o pau mandado do Ricardo Silva na beira do campo e na entrevista coletiva. Isso está errado! Ele ganha muito bem e não está respeitando a liturgia do cargo. Lugar de técnico é na beira do campo, orientando e passando confiança aos jogadores.

Eu não sou torcedor do Itinga ( sardinha, time pequeno, ponte pra time grande ou seja lá o que for) que fica passando a mão na cabeça de treinador porque ele é isso ou aquilo. Portanto, Carpegiani tem que respeitar o Vitória para trabalhar no clube. Parece que a Diretoria não pensa assim.

Voltando ao jogo, as substituições não surtiram o efeito esperado. Destaque para a bicicleta dupla de Neto Baiano e Dinei (o pneu saiu da bike de Dinei) que explodiu no travessão. Se entra, era o gol mais bonito da rodada.

Geovani entrou bem na partida, chutou de fora da área e o goleiro do Criciúma espalmou pra escanteio. Espero que a estadia no banco tenha deixado Geovani alerta e que ele se esforce mais nos jogos e mantenha uma regularidade pois tem tudo para nos ajudar no acesso.

Saci cobrou o escanteio como está descrito no Manual do Córner ( nem existe isso): bateu abrindo para a entrada da pequena área. Rodrigo cabeceou e diminuiu o placar.

No último minuto, Victor Ramos testou pro gol e o goleiro Douglas Leite (dar leite que é bom, nada) fez mais uma das várias boas defesas que não me permitiram disparar na liderança do Bolão do qual estou participando.

Agora, o Vitória terá dois jogos seguidos na nossa CASA PRÓPRIA, o Barradão. É obrigação ganhar os dois. Contra o Ipatinga e contra o América de Natal. É ganhar os seis pontos e jogar pra golear, fazendo saldo de gols e dando moral para a torcida rubro-negra. Feito isso, estaremos no G-4 e ninguém vai se lembrar do atacante do Criciúma: Zé Baiana de Acarajé.
Vumbora Vitória!

Diego Barbosa

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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