Conselho quer Marcelo Guimarães Filho

O nome do primeiro candidato oficial à eleição presidencial do Esporte Clube Bahia, prevista para o dia 15 de dezembro, pode sair esta semana. Um grupo formado por 24 conselheiros esteve ontem com o deputado federal Marcelo Guimarães Filho (PMDB) para tentar convencê-lo a ser candidato. Surpreso com o pedido e com o tamanho da comitiva, o filho do ex-presidente do clube, admitiu que ficou sensibilizado com a proposta de apoio ao seu nome, e pediu um tempo para conversar com seus familiares.

O encontro estava agendado desde a última sexta-feira. Os mentores desta iniciativa foram os conselheiros Wellington Cerqueira e Jackson Picanço, que segundo eles, deveria contar com um percentual significativo do colégio eleitoral do Bahia, em torno de 40 tricolores. Mas nem todos puderam comparecer. Picanço afirmou que o nome de Marcelinho seria o ideal nesta fase de transição, mas não soube informar quantos votos o grupo teria no Conselho Deliberativo nas eleições de 15 de dezembro.

Há pouco mais de um mês, Marcelo Guimarães Filho já havia dito que não passava por sua cabeça ser presidente do clube. Mas, agora já admite mudar de opinião. “Antes eu estava focado em reeleger João Henrique, depois me preocupei com a ameaça do rebaixamento do Bahia para a Série C. Mas depois de hoje (ontem) estou balançado com relação ao pedido”, revelou o deputado federal baiano.

Por mais de duas horas Marcelinho Guimarães ouviu depoimentos e pedidos dos diversos conselheiros presentes, e entre os pedidos e as diversas histórias relacionadas ao Bahia, ficou visível, por unanimidade, a necessidade de mudança na gestão do clube. “O Bahia precisa mudar e você representa a modernidade, representa o novo. É competente o suficiente para tirar o Bahia do buraco que se enfiou”, disse o advogado Wellington Cerqueira.

Após o encontro, Marcelo revelou que seu pai não concorda com uma possível candidatura. Por isso, vai primeiro ouvir a opinião do ex-presidente do Bahia e de seus familiares para depois anunciar a decisão. “Só não pense muito senão você não vai cometer a loucura de aceitar”, brincou Cerqueira.

Grupo pede mudanças imediatas

Entre todos os presentes à reunião na tarde de ontem no gabinete do deputado federal Marcelo Guimarães, em Salvador, era comum o sentimento de mudança. Os conselheiros se mostraram decepcionados com a atual situação da equipe e vêem nas eleições que devem acontecer na primeira quinzena de dezembro uma chance para mudar o futuro do Bahia.

Mesmo sem o deputado Marcelo Guimarães Filho ter dito se aceitava ou não ser candidato à presidência do clube, várias propostas e sugestões foram apontadas. A principal delas era uma forma de buscar a reaproximação dos torcedores. Como exemplo, foi citado o Internacional de Porto Alegre, que hoje conta com mais de 70 mil sócios em dias.Dando sinais de que aceitará a proposta, Marcelo Guimarães concordou que caso assuma mesmo a presidência deve fazer uma mudança radical em todos os departamentos do Bahia. “Não tenho medo de desafios e tenho a certeza de que nada resiste ao trabalho”, comentou o deputado federal.

Quando questionado se tinha relação com o ex-presidente e também conselheiro Paulo Virgílio Maracajá Pereira, o deputado federal afirmou que mantém contatos apenas protocolares. “Como ele é membro do Tribunal de Contas, converso sim com ele, mas 90% dos assuntos são relacionados à política”, confessou.

Mesmo sabendo que caso aceite ser candidato muitas pessoas irão relacioná-lo com o pai, que foi presidente do clube, Marcelo Guimarães Filho pediu para os torcedores não confundirem. “Tenho 32 anos e ele 64 anos. São 32 anos de diferença e nossas cabeças são bem diferentes”, defendeu o deputado federal lembrando que o último título do Bahia foi conquistado na gestão de seu pai.

Um nome de consenso fica cada vez mais difícil

O desejo da oposição de se conseguir um nome de consenso para a sucessão presidencial do Bahia está cada vez mais difícil. Além do grupo de conselheiros que ontem se reuniu com o deputado Marcelo Guimarães Filho para lançá-lo como candidato, cogita-se a possibilidade de o conselheiro Paulo Maracajá, depois de diversas tentativas, sugerir a candidatura do fazendeiro Gilberto Bastos.

A proposta do consenso foi lançada pelo diretor da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), Reub Celestino, que disse só aceitar ser candidato com esta condição. “Não tive ainda nem a oportunidade de falar com ele, mas consenso é muita pretensão, de qualquer que seja o candidato, principalmente aqui no Bahia. Ele precisa pensar de outra forma”, falou Marcelo Guimarães Filho.

Mesmo descartando a idéia de consenso, o deputado federal afirmou que, caso se candidate, irá conversar com todas as correntes existentes no Bahia. Além disso, adiantou que irá defender eleições diretas. “Não tenho medo de disputar eleições. Todas que disputei eu ganhei”, disse.

E é exatamente este um dos pontos que está pesando contra. Apesar de não admitir medo, o deputado se disse preocupado com o futuro político caso seja o presidente do Bahia. Bacharel em direito, Marcelo Guimarães Filho iniciou a vida política em 2000, sendo eleito vereador com 12 mil votos pelo então PFL. Dois anos depois, se elegeu deputado federal com 55 mil votos. A reeleição aconteceu em 2006, com 95 mil votos.

Atualmente, o deputado está filiado ao PMDB e é presidente da Comissão de análise à Lei Pelé, membro titular das comissões de Constituição e Justiça e da CPI do Grampo Telefônico, além de ser suplente da Comissão de Defesa do Consumidor. Por RAPHAEL CARNEIRO da Tribuna da Bahia

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