Mancini avalia mudança tática contra o Cruzeiro

A estréia no segundo turno da Série A do Campeonato Brasileiro está deixando o técnico Vágner Mancini preocupado. O confronto contra o Cruzeiro, no sábado em Minas Gerais, é considerado de suma importância na Toca do Leão. Além da possibilidade de voltar ao G-4, grupo que garante vaga na Taça Libertadores do próximo ano, o time mineiro é o adversário direto na luta pela vaga e, conseqüentemente, pelo título nacional.

A preocupação de Mancini é tamanha que o treinador iniciou a semana testando novas formações na equipe do Vitória. Para descontar a derrota de 2 a 0 na estréia do Brasileiro, o treinador cogita a possibilidade de modificar o esquema tático do time baiano para o jogo no Mineirão.No coletivo realizado na tarde de ontem na Toca do Leão, o time considerado titular iniciou o treinamento com o tradicional 4-4-2. Mas, não demorou muito para que Mancini optasse por uma escalação com três zagueiros e cinco jogadores no meio de campo.

A dúvida do treinador talvez se justifique pela potência ofensiva do Cruzeiro. Os mineiros têm o terceiro melhor ataque da Série A, com 32 gols marcados em 19 jogos disputados. Empatados com o Palmeiras, terceiro colocado, e atrás do líder Grêmio (35 gols) e do São Paulo, que ocupa o quarto lugar e já marcou 33 gols.

O volante Renan, o meia Leandro Domingues e os atacantes Dinei e Marquinhos ficaram de fora do treinamento. Destes, o único que já foi vetado pelo departamento médico para o jogo de sábado é o atacante Marquinhos, que deve continuar afastado por mais uma semana.

Dinei e Renan ficaram de fora mais por precaução. A situação dos dois jogadores não preocupa e eles estarão à disposição de Mancini para enfrentar o Cruzeiro. O mesmo não se pode dizer de Leandro Domingues, que poderia ser uma opção com o veto de Marquinhos mas passou a ser dúvida para a partida contra sua ex-equipe.

Essa pode ser mais uma chance para o atacante Rodrigão recuperar a condição de titular. Depois de cair nas graças do torcedor no Campeonato Baiano, o artilheiro não conseguiu repetir as atuações no Brasileiro. Agora, além de perder a titularidade, tem a sombra de Osmar, recém-contratado que já iniciou os treinos ontem.

A meta é acabar a fama de caseiro

Iniciar o returno diferente do primeiro e melhorar o retrospecto longe da Toca. Essa é a meta do Leão para tentar beliscar, no mínimo, uma vaga na Libertadores de 2009. Porém, agora é mais dificil.

Competições paralelas como a Libertadores e Copa do Brasil já acabaram e, na disputa da Sul-Americana, a tendência dos clubes é colocar os times reservas. Mais tempo e jogadores descansados para tornar mais forte a Série A

O início de Brasileiro, com derrota para o Cruzeiro, é um momento para ficar apenas no registro. “Largar bem no returno pode ser determinante para os objetivos lá na frente. O fato de nossos adversários estarem somente concentrados no Brasileiro, não nos permite vacilar como fizemos no começo”, analisa o zagueiro Anderson Martins, peça certa contra o Cruzeiro, sábado, às 18h10, no Mineirão.

O fato de vencer duas partidas em nove disputadas até agora fora de seus domínios, mostra a estatística desfavorável que o time de Mancini terá de mudar se quiser alcançar sucesso no fim da temporada.

Para isso, Dinei, o goleador do Vitória com oito gols, parece ter os ingredientes certos. ”Temos que reunir a garra, a união, e sobretudo trabalhar para minimizar os erros”, pontua o matador rubro-negro.

O atacante espera que já no confronto com a Raposa, o Leão comece a mudar o retrospecto de cinco derrotas fora de Salvador. A última tacada certeira distante da Toca foi na 13° rodada, no triunfo de 1×0 sobre o Flamengo.

“Vamos priorizar jogar com inteligência para vencê-los. Hoje, estamos muito mais fortes do que quando enfrentamos eles na estréia”, comenta Dinei, tomando como referência a derrota sofrida por 2×0, na primeira rodada.

Se comparadas as duas últimas edições do Brasileiro, o Vitória precisa somar nos 19 jogos restantes, em torno de 30 a 32 pontos, para assegurar umas das quatro primeiras colocações. Santos, com 64 pontos, em 2006, e Cruzeiro com 60, no ano passado, garantiram passaporte para a competição intercontinental.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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