Bellintani admite que errou em trazer Dabove e diz que demissão foi com convicção

“Eu sou um presidente que resisto a demissões e sou criticado por isso", disse.

Nesta quarta-feira, o técnico Diego Dabove foi demitido pelo Esporte Clube Bahia após menos de dois meses no comando da equipe, somando apenas um triunfo em seis jogos. Em entrevista no aplicativo Sócio Digital, o presidente Guilherme Bellintani explicou a demissão do treinador e admitiu que errou em contratar o argentino e afirmou que a decisão da demissão no curto prazo foi tomada por convicção, por entender que o trabalho não estava evoluindo. O mandatário também frisou que sabia que seria um risco trazer um treinador que não conhece o futebol brasileiro e história do Bahia, mas decidiu apostar após tentativas falhas com técnicos brasileiros.

 

“Eu sou um presidente que resisto a demissões e sou criticado por isso. A partir do momento que eu promovo uma demissão em seis jogos, é porque tenho convicção desse movimento, é porque estou fazendo leitura de quem está dentro, de quem tem o sentimento que o trabalho não iria evoluir. Nas outras vezes em que demorei, é porque entendia que ainda poderia evoluir. Em outros momentos, por exemplo, fui muito criticado quando segui com Dado Cavalcanti, e foi um treinador que desenvolveu bem seu trabalho na reta final, fomos campeões do Nordeste, e na sequência houve mudança de rumo e tivemos que fazer intervenções. Mas isso é muito do sentimento do dia-a-dia, dos jogos, do vestiário, do trabalho. E tomei a decisão por convicção, indo na contramão das minhas demoras”.

“Pelo tempo que Dabove tinha no clube, mas a gente entendeu que da forma como estava, o resultado não estava evoluindo, o trabalho não estava evoluindo. A melhor decisão foi corrigir o erro que nós próprios cometemos ao trazer um técnico estrangeiro, com pouco conhecimento do clube e da competição no meio do campeonato”.

“Tem coisas que a gente só conhece quando chega próximo, quando faz. Até então, era uma experiência desconhecida para nós. É sempre arriscado trazer alguém que não conhece o futebol brasileiro, que não conhecia o Bahia, que não conhecia o elenco e nem jogadores do time adversário. Mas a gente entendia que valia a pena dar um passo de trazer alguém de uma outra escola de treinadores”.

“Poucos treinadores da história recente do Bahia tiveram quatro a cinco semanas cheias, abertas, sem jogos na quarta-feira, para desenvolver o trabalho. Poucos técnicos tiveram a oportunidade desse tempo e isso é muito relevante para nós, mas a cultura da história de Dabove, de onde ele se origina, fazia com que esse tempo não fosse convertido em benefício técnico ou tático. Ele preferia aprofundar a parte física e fazia trabalhos táticos só na véspera ou na antevéspera do jogo. É uma cultura. É uma forma diferente da forma como trabalhamos aqui”.

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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