Bellintani quer um projeto de SAF no Bahia que priorize o pagamento das dívidas

"O pagamento da dívida vai permitir novos investimentos", disse.

Foto: Reprodução / EC Bahia

Neste sábado, na Arena Fonte Nova, os sócios do Esporte Clube Bahia votaram e aprovaram as contas do clube do exercício de 2021. Durante a reunião, o presidente Guilherme Bellintani falou sobre a negociação do Esquadrão para se tornar uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). A cúpula tricolor está em negociação com Grupo City que, inclusive, já trabalha nos bastidores em busca de profissionais para fazer parte do projeto, a exemplo do coordenador das categorias de base do Palmeiras, João Paulo Sampaio, e o diretor de futebol do São Paulo, Rui Costa. O mandatário tricolor destacou a preferência em priorizar o pagamento de dívidas do clube, em caso de virar uma SAF.

 

“Talvez a maior proteção é exigir a qualquer investidor que primeiro pense em pagamento da dívida; depois, em novos investimentos. O pagamento da dívida vai permitir novos investimentos. E, ao mesmo tempo, se der alguma coisa errada, a dívida está paga. A grande proteção, antes da jurídica, é comercial. Nem Cruzeiro, nem Botafogo, nem Vasco, salvo engano, exigiram pagamento antecipado da dívida. Eles usaram cláusula da lei da SAF que permite que os 20% de arrecadação nos próximos anos sejam destinados para pagamento da dívida. Isso é bom. A Chapecoense está fazendo é ter a SAF sem investidor. As ações são da associação. Então, ela usou a lei da SAF para limitar o pagamento da dívida. No nosso caso, a gente tem proteção comercial e jurídica. É lógico que, em uma mesa de negociação, vai ter a gente puxando para cá, e gente puxando para lá. O contrato bom para o negócio é um pouco ruim para os dois. Vamos lutar para ser o melhor para nós. Estamos trabalhando para que a proposta que venha contemple itens básicos.”

“Outros modelos que, para mim, são mais saudáveis dizem que se você quer investir no clube, primeiro cheque é para pagar dívida. E depois vamos investir no futebol. Indo para nossa realidade, que se a gente quiser ter uma quitação de dívida de curto prazo, que me parece mais responsável, muito ruim ter investir que só coloque dinheiro no futebol. Me parece uma coisa meio rasa atrair investir para colocar dinheiro só no futebol e continuar devendo. A minha sugestão é ter alguém que investisse na quitação ou redução da dívida e além disso fizesse investimento no futebol além da compra de jogador”, continua o gestor.

Bellintani também revelou que discute um modelo que beneficie os sócios do clube antes da SAF. “A gente está organizando de uma forma que o processo de discussão seja o mais profundo possível. Se em algum momento essa proposta chegar, que a gente faça discussão no tempo e período disponíveis para isso. Nós já demonstramos que vamos trabalhar com toda cautela necessária, sem pressão, e sem usar tempo além do que precisa. Tem que ser feito de uma maneira que se sinta seguro. Esse sócio merece ter olhar diferente. Não posso dizer o que é, mas diria que esse tema está dentro da mesa de negociação. Quem for sócio até a fundação da SAF terá uma visão diferente do que a gente planeja.”

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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