Um dos ex-conselheiros do Esporte Clube Bahia, Ricardo Maracajá considera o distanciamento da gestão do presidente Guilherme Bellintani com o torcedor como a figura ímpar do atual momento administrativo do clube. Em seu segundo mandato, o mandatário conquistou 86% dos votos em 2020. No entanto, enfrenta uma série de turbulências no cargo, inclusive um requerimento de impeachment do coletivo de conselheiros “O Bahia é de Todos e Todas”.
“O torcedor quer se sentir representado. A gente sente a falta da presença de Guilherme, de Vitor, nas entrevistas, na interlocução com os torcedores. Óbvio, a pandemia afastou. Mas tínhamos muita proximidade. Tínhamos encontros na Fonte Nova, os sócios participavam. E eu não vejo um trabalho da direção de aproximar. Óbvio que isso não pode sair do patamar da normalidade, nunca vamos compactuar com violência, com nada do tipo. Mas sentimos que eles precisam se aproximar mais dos torcedores”, analisou o advogado, em entrevista ao programa BN Na Bola, da Rádio Salvador FM 92,3.
Sobrinho do ex-presidente do Esquadrão de Aço e campeão brasileiro em 1988, Paulo Maracajá, Ricardo explica que a torcida tricolor busca a aplicação de gestores mais incisivos, principalmente, em situações complicadas como as vividas no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste deste ano.
“Quando o clube começou a perder, antes da reeleição, os torcedores, os grupos, entenderam os equívocos. Ele (Guilherme Bellintani) indicou a melhora. Mais de 80% confiou na reeleição. A partir dali, uma experiência que tenho muito de meu avô Paulo é que ele aparecia mais vezes na derrota do que quando vencia. O torcedor sente mais necessidade do presidente presente no momento da derrota. Com os resultados negativos, Guilherme e Vitor (Ferraz, vice-presidente) foram se tornando mais reclusos para resolver os problemas internos”, afirmou.
Especialista em Direito Tributário, Licitações e Eleitoral, Ricardo aponta o desejo de comandar a presidência do Bahia nas próximas eleições. Contudo, ele destacou que em 2023 ainda não será candidato.
“Não dá para confirmar nada agora. Estamos longe desse período eleitoral para cravar. E isso depende também da SAF (…) Eu me afastei um pouco. Foram seis anos no Conselho do Bahia. Aproveitei para descansar, fiz alguns cursos, fui buscar mais conhecimento. Do ano passado para cá, tivemos interlocução com vários grupos para poder pensar em uma possível candidatura. As pessoas ligam, procuram, e eu estou sempre aberto a conversar sobre o Bahia. Estou sempre disponível para ajudar o clube. Sou novo, tenho 32 anos, uma hora vai chegar esse momento (de se candidatar à presidência)”, revelou.
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