E.C Vitória: Não “caçamos” os mordomos

Sempre escrevi aqui. Uma das virtudes do Vitória é a sua oposição qualificada, apesar de haver, como em todos os grupos sociais, os depredadores, que buscam a destruição e não a construção. A torcida gritou. Sócios se rebelaram. Os efeitos chegaram no topo da pirâmide. É como aquela churrascaria da estrada que atendia pessimamente os seus clientes, quer na baixa qualidade dos produtos, quer dos serviços, muda de dono que apressadamente coloca uma placa: NOVA DIREÇÃO. Humm!! A propósito, como todos nós sempre precisamos de uma NOVA DIREÇÃO dentro de nossos corações.

MORDOMOS

Os mestres do suspense, Aghata Christie e Alfred Hitchcock, deduziam, sempre que a culpa era do mordomo. Hoje em dia, em raras ocasiões a responsabilidade é do personagem secundário, coadjuvante. O Vitória percebeu MAIS UMA VEZ este fato. Mordomos no futebol seriam os técnicos, preparadores físicos, jogadores, etc.. O Vitória entendeu que o problema estava no comando e com a “NOVA DIREÇÃO” plantou-se uma semente da recuperação.

Alô Alô garotada, aquele abraço! Faltava no Vitória um experiente, como Raimundo Viana foi. Apesar das limitações físicas do atual dirigente, ele demonstra que a força, para mover as montanhas não está nos membros inferiores e sim nos neurônios e estes, quanto mais maduros forem, visualizam melhor microscopicamente as bactérias exibidas na lâmina das relações humanas.

CAIXÃO FECHADO?

Aí aquele comentarista de uma FM, ex-árbitro salvo engano, ao sentenciar CAIXÃO FECHADO com todas as palavras e toda a verdade que se diz proprietário, para confirmar a morte do Vitória, deve estar incomodado, com mais uma lição da vida, enquanto houver uma chama não haverá ainda a escuridão.

Não festejo a manutenção na primeira divisão. Ao contrário, temos uma tarefa árdua, o que a Direção anterior nos deixou ainda pesa e pesará muito. Ainda teremos muita dificuldade e não sabemos se as venceremos. Somos náufragos, no meio de um oceano conseguimos agora uma boia e vamos nela navegar, para tentarmos nossa salvação. Como estamos sem bússola, dando braçadas numa noite estrelada, inspirando-se nos Reis Magos, temos que ter o cuidado de não seguir umas duas estrelas lá juntas, pois essas podem significar a segunda divisão.

Nada absolutamente nada está solucionado. Há de se continuar trabalhando, trabalhando, como nos ensina Esopo, nas suas fábulas:

O VELHO LAVRADOR E SEUS FILHOS

Houve, num tempo muito distante, um velho lavrador que tinha dois filhos. Após ficar gravemente enfermo e sentindo que iria morrer, chamou os dois até a cabeceira de sua cama e assim lhes falou:

– Meus queridos filhos, sinto que vou morrer; antes, porém, quero dizer-lhes que toda a fortuna que posso deixar-lhes e que repartirão em partes iguais, é a fazenda e as terras; desejo que continuem a cultivá-las, pois nelas, a um dou dois pés de profundidade, há um tesouro.

Os filhos ficaram entusiasmados, acreditando que seu pai falava de alguma soma de dinheiro enterrada nas dependências da fazenda, e assim, depois da sua morte, puseram-se com todo o afã a cavar as suas terras palmo a palmo. Extenuados de fadiga, não conseguiram encontrar o tal tesouro; mas a terra, perfeitamente cavada e removida, deu-lhes uma abundante colheita que foi a justa recompensa do seu trabalho.

MORAL DA HISTÓRIA

Não existe forma milagrosa para enriquecer. O trabalho cuidadoso e persistente é a verdadeira fonte de riquezas. Por isso, nunca desista dos seus sonhos. ( Fábulas de Esopo. Adaptação: Nicéas Romeo Zanchett )

ATAHUALPA, rubro-negro e amigo do Blog.

Autor(a)

Deixe seu comentário