Na época da eleição do Marcelo Santana no Esporte Clube Bahia critiquei aqui o equívoco nos estatutos do tricolor ao não se prever o segundo turno. Dizem que o projeto de reforma dos estatutos do Vitória, felizmente, prevê segunda etapa, nas eleições diretas. Tomemos o resultado das eleição do Vitória, como exemplo, a chapa vencedora recebeu 33,31% dos votos. O percentual de 66,69% não apoiou os vitoriosos.
O nível civilizado mantido pelos candidatos deixou patente a grandeza rubro-negra e o desejo de uma união e renovação, para o futuro. Realmente, raros clubes no Brasil entraram numa disputa, com quatro chapas de duzentos e setenta sócios cada, com final em perfeita harmonia.
Neste país não podemos blindar nenhum homem público como honesto, principalmente, pelas surpresas nas delações premiadas, mas não conheço nada que desabone Raimundo Viana. Ao contrário, por preconceito, fora criticado, na posse e depois conseguiu a subida do Vitória e o título do campeonato baiano e com sofrimento de todos nós conseguiu que o rubro-negro fosse mantido na elite de nosso futebol.
Alguns erros custaram a sua queda. Foi teimoso na não contratação de jogadores necessários, para a promessa que fez e na política interna ficou só, permitindo que seu grupo se dividisse. O idoso geralmente tem este defeito ao se achar como única lanterna a mostrar os caminhos a serem perseguidos. Apesar de não conhecer o assunto em profundidade, mas as suas rusgas com o Coronel Cristóvão Rios poderiam ser evitadas, como também com o José Rocha.
Sua chapa teve 246 votos, ou seja no mínimo houve grande traição dentro dela própria, uma vez tinha 270 componentes. Dizem que depois de certa idade, o ser humano começa no ciclo da vida a reencontrar a sua fase infantil. Raimundo Viana com o sucesso na subida para a Série A e com o título baiano, não foi, digamos, picado pela mosca azul, mas fez do Vitória um neto e para cuidar do neto virou criança. Empolgava-se com tudo com alegria e educação e lhe faltou a “direção defensiva”. Desafiou que muitos puxassem o seu tapete, o que ocorreu. Se tivesse escutado as críticas que nós torcedores rubro-negros fizemos a ele, neste blog, tudo seria diferente.
O importante que sai, pela porta da frente, com dignidade e com honestidade e pessoalmente reconheço suas virtudes também e lhe dou o muito obrigado e lhe peço escusas, pois não gosto de continuísmo e foi bom que ele parasse, para sua felicidade e dos rubro-negros, no topo do futebol brasileiro, porque temos de buscar sempre a renovação e que seus eventuais sucessores pensem SOMENTE no Vitória, como ele pensou e não nos bolsos ou em cadeiras nos parlamentos .
Atahualpa – Torcedor do Vitória, amigo e colaborador do BLOG