Anderson Talisca: O gol da salvação nacional

Os funcionários do Bahia, lotado o Departamento de Galerias de troféus no ano de 2013, não tiveram atividades, não tiveram vírgula, perdoem, na verdade, deram um duro danado para repor e polir os troféus da Taça Brasil de 1959 e do título de 1988, que foram encontrados abandonados em um saco de lixo na sede administrativa, que era utilizada pela gestão do ex-presidente Marcelo Guimarães Filho já destituído pela Justiça, contudo, fora isto, foi moleza, já que o clube não adicionou peças novas no departamento especifico. 

No ano de 2013, o tricolor fracassou em tudo que disputou e seu maior triunfo aconteceu fora de campo, com a vitória esmagadora de VOTOS em cima de Marcelo Guimarães e seus compinchas, essencialmente pela mobilização da torcida tricolor. Este triunfo, em parte, veio compensar a falta de conquistas, mas abriu perspectiva para um 2014 forte e vencedor. 

O ano, na verdade, foi repleto de resultados surpreendentes, como as tragédias contra o Vitória no Campeonato Baiano, a derrota vergonhosa contra o ABC em Pituaçu, pela Copa do Nordeste, mas houve também vitórias importantes, como sobre o Nacional-COL que ontem sagrou-se campeão, pela Copa Sul-Americana, os triunfos sobre o Botafogo-RJ em Sergipe e no Rio de Janeiro, a goleada em cima do Flamengo e, sobretudo, o triunfo com gosto de início de mundo contra o Cruzeiro, justamente na última partida do ano “seletivo” do futebol profissional. 

Em 2013, apenas como registro e curiosidade, acredito que pela primeira vez em toda a história recente, o Bahia acabou o Campeonato Baiano com saldo negativo de gols. 

Fernandão, que infelizmente já deixou o Bahia, foi o destaque do time quando marcou 18 gols em toda temporada. Obina, mesmo com pouquíssimas oportunidades no brasileiro, vem bem atrás com 8 gols, enquanto Fahel, com seus gols decisivos quase sempre de cabeceio, é o terceiro artilheiro do Bahia em 2013, marcando seis gols e, no total, o Bahia balançou as redes adversárias 63 vezes. 

No entanto, é necessário confessar que todo esse consumo excessivo de letras acima, visa quase que exclusivamente referenciar apenas um gol, a canelada de Anderson Talisca, aos 44 e sei lá quanto segundos do segundo tempo no jogo contra o Cruzeiro, que salvou e libertou o Bahia da segunda divisão, já que quando imaginado como mantido, o resultado contra o Fluminense, no Domingo seguinte, quando perdeu de virada por 2 x 1, a joelhada de Talisca, evitou que o Bahia com 46 pontos, empatasse com o próprio Fluminense, no entanto, não teria o alvará de funcionamento revalidado, após observados e aplicados os critérios de desempate, através do número de vitoria (11×12). 

Por isto, por ter evitado também a frase, o coro e a romaria do “devolvam meu MGF”, impor ao chão os joelhos de Mauricio Guimarães, dores de cabeças, mal-estar, chute no cachorro, mau-humor, insônia, vergonha, ataques dos torcedores do Vitória, cardíacos e de epilepsia também, caxumba, sarampo, catapora e papeira também, graves ameaças de suicídio coletivo, tapa na velha, diarréia em toda extensão da torcida tricolor e, sobretudo, por ter evitado a desconfiança e certo ceticismo e um profundo atraso no processo de democratização, limpeza e desratização no clube, reputo o gol de Anderson Talisca como uma espécie de salvação nacional e, por isto, leva o carimbo com tinta fresca do gol mais importante do futebol da Bahia no ano de 2013.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário