Covardia: Um gol pra cada zagueiro

Na descida do carro, Marinho Junior falava no rádio: nem Diones, nem Feijão. Pro lugar de Rafael Miranda, vem Démerson. Pensei rápido: “uma palavra e cinco letras. F****!”

Quando um time entra em campo com medo do rival, mesmo jogando em casa, as coisas tendem a não dar certo. O time do Bahia foi cumprimentar os jogadores do Cruzeiro olhando para o chão. Talvez tenha sido reflexo da covardia do seu treinador, que colocou 3 zagueiros para começar o jogo contra o líder do campeonato. 


Em campo um time de branco mandava no campo do adversário. Girava, tocava curto, esperava uma falha do retranca do mandante, cruzava e errava. O Tricolor, irreconhecível, ficou 20 minutos engolindo esse joguinho e tentava puxar o contra-ataque com os lerdos Walyson e Fernandão. Depois descobriu que o bicho não assustava tanto e foi pra frente, mesmo com o diabo dos três zagueiros.

Pressão Tricolor e mesmo com a lerdeza de Walyson e os passes errados de Fernandão, MadSon (Maluco Filho) achou a bola para definir e… Uuuu, gritava o placar da Arena.

O Bahia melhora a Torcida empurra e MadSon, again, acha uma sobra na grande área e chuta errado. No rebote, Walyson, sonolento, não chega a tempo de disputar nem pra disputar a bola.

O Cruzeiro acerta o pé e ensaia o gol, primeiro, pra sair tudo certinho. Cruzamento da esquerda, e Júlio Baptista acerta a trave. Na volta, nova jogada pelo mesmo lado direito da defesa do Bahia e dessa vez, Borges acerta a cabeçada. A “mizéra” do ditado popular se concretiza. “Quem não faz, se lasca”. Impressionante é que mesmo com 3 zagueiros o baixinho Borges cabeceia com certa facilidade…

Em seguida, o Tricolor brochou. Numa jogada boba, Raul vai na marcação do jogador que vinha pelo meio. Titi, então, sai da área para marcar na lateral. E justamente nesse buraco, deixado pelo capitão, a bola chega por cima da cabeça do baixinho Raul. Golaço do Cruzeiro, dentro da grande área, de um time que entrou com TRÊS zagueiros.

Segundo tempo e Cristovão começa corrigir a bobagem que fez. Zé Pequeno (da Cidade de Deus) entra no lugar do vaiadíssimo MadSon. Aliás, vou dar um pitaco. Coach, usa o menino quando jogar fora. Aqui a Torcida não suporta mais ver ele em campo. Se tirássemos as entregadas de MadSon, esse ano, o Bahia estaria brigando pelo G4, fácil, fácil.

Zé Pequeno entrou endiabrado. Parece adolescente jogando em time de adulto. Corre tanto que cansa até quem assiste. E fez o Bahia andar. Talisca entrou no lugar do lesionado Marquinhos. Entrou mal, se recuperou e passou a fazer uma boa partida. Feijão entrou no lugar de Hélder e chamou a responsabilidade do meio de campo. Lutava, corria, desarmava, virava jogo, pedia a bola o tempo todo. Entrou bem, o menino.

Com dois zagueiros o Bahia quase não sofreu no segundo tempo. Dominou o jogo e conseguiu diminuir com um gol de Fahel. E aí: VAI PRA CIMA DELE, ESQUADRÃO!!!!

E foi. O Bahia atacava e o Cruzeiro se segurava. Parecia outro jogo. Até cera o goleiro mineiro tentou fazer.

Só dava Bahia. Talisca arrisca de longe. Fernandão faz boa jogada e chuta pra fora. E o tempo passava e o empate não vinha. Com 40 minutos o time morreu em campo e fez duas faltas bobas no lado da grande área. E mais uma vez o líder do Brasileirão treinou e acertou. Lomba ainda fez a primeira defesaça dele no jogo, mas a bola caiu no pé do tanque. E ali, daquela posição e sem goleiro, até MadSon faria o gol. Fechou-se o caixão Tricolor. Bora Baêa Minha Porra! Tá na hora de acordar. 

Cristóvão, meu preto, você chegou e ganhou o time levantando o moral da equipe. Aí hoje, contra o líder, você entra como uma nigrinha. Não dá, né? Jogamos de igual pra igual, no segundo tempo, com um time que é absurdamente superior ao nosso. Aliás, cheguei a comentar com meu pai: parece que cada time pratica um esporte diferente. Porra! Não se acovarde, negão. Vamos pegar o Pó-de-Arroz lá. Peloamordedeus, NADA DE TRÊS ZAGUEIROS NESSA PORRA!!!! Maluquice da “mizéra”…

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