Reflexões de um BAVI Atípico

Caros Torcedores,

Depois de um domingo humilhante e
a quase que definida perda do bicampeonato baiano (não sei quem ainda acredita),
é hora de arrumar a casa. Vinte e quatro horas após o fiasco tricolor, cerca de
20% dos problemas tricolores já foram resolvidos, faltam 80%.

Os primeiros 10% resolvidos dizem
respeito à saída de Paulo Angione. Ao longo de três anos, o gestor de futebol
acumulou mais de 100 contratações, formando vários times e provocando déficits
nos cofres do clube. Algumas contratações até deram resultados e ajudaram a
trazer o tricolor para a série A. No entanto, o trabalho do ex-diretor foi
insuficiente para tornar o Bahia forte no cenário nacional, a ponto de
devolvê-lo a força necessária para voltar a lutar na parte de cima da tabela.
Nos dois últimos brasileiros, tudo que o time do Bahia conseguiu, com êxito, foi
lutar contra o rebaixamento. As últimas contratações, com jogadores
desconhecidos e sem expressão, já denunciavam o que era óbvio. Não havia mais
clima para o diretor.

Os outros 10% resolvidos dizem
respeito à saída do treinador Joel Santana. Aliás, foi teimosia do Sr. Marcelo
Guimarães Filho – MGF acatar essa contratação, depois da história recente de
extremo desrespeito ao clube, praticado por este rapaz. Prova já evidente da falta
de democracia no clube, uma vez que mais de 90% da torcida rejeitou a sua
vinda. Era preciso que fossemos humilhados no templo maior do futebol baiano,
para que o senhor presidente percebesse a grande bobagem que fez (se é que
percebeu).

Mais 10% dos problemas poderão ser
resolvidos, caso a panelinha de jogadores que se acham donos do Bahia seja
desfeita. Definitivamente, deram um excesso de moral ao goleiro Marcelo Lombar,
ao zagueiro Titi, ao lateral Neto e ao atacante Souza. Mas só se estabelece
quem tem competência. O Bahia é maior que todos eles. A primeira lavagem da
Arena Fonte Nova (1×5) já tinha mostrado a Neto que a bola dele era pequena demais
para ele se achar tanto. O placar de ontem (3×7) “queimou” o futebol de Marcelo
Lombar, que tomou gols ridículos, e Titi, que parecia uma “barata tonta” sem
saber a quem marcar. Faltou Souza, que não jogou. Aliás, acho que nem ele está
muito preocupado com isso. Quisera eu receber sem trabalhar e cair na farra nos
domingos à noite, vendo a empresa que trabalho em crise.

E os outros 70% dos problemas?
Bom, de forma geral posso atribuir à gestão. Essa teria hoje duas alternativas:
ter vergonha na cara e sair ou mudar completamente a sua filosofia
administrativa. A torcida quer e exige a democratização do clube, o direito a
voto direto, o melhoramento do formato de associação dos torcedores, a
transparência nas negociações de jogadores e nas contratualizações em que o
clube se envolve. Enfim, uma gestão que entenda que está no Bahia, mas que não
é o Esporte Clube Bahia e nem pode ser… esse clube é muito maior do que a
vaidade desses indivíduos que gerenciam o clube.

Por isso, devo confessar que foi
importantíssimo acontecer o que aconteceu ontem (embora não precisasse ser de
sete). É do caos, que nascem os grandes feitos. Eu não posso admitir que depois
de ontem, MGF mantenha a sua filosofia e discurso. Se ele for minimamente digno
e tiver o mínimo de vergonha na cara, ele pelo menos fará o esforço para ser
mais maduro e responsável no trabalho, ao invés de ficar xingando torcedor nas
redes sociais. Ou então, pede para sair e nunca mais volte. Aliás, essa última
opção é a que a torcida mais deseja.

Vinicius Sampaio 

Autor(a)

Deixe seu comentário