Para além do bem e do mal no Bahia

Olha, as preocupações mundanas em saber a verdade, o saber sobre as questões fundamentais da vida sobre quem somos, para onde vamos, para quê vivemos não perdeu de toda a sua graça. Mas, cá pra nós, é mais interessante saber sobre a falsidade, a mentira e o frio cálculo de interesses. Creio que a torcida do Bahia está mais interessada em decifrar as aleivosias do Bahia que insistir em procurar as razões universais para a queda do nosso tricolor. Creio que a matemática e sua universalidade mente feio com os resultados do Bahia: 7 derrotas e dois empates nas últimas partidas não dizem nada sobre o tricolor. Ao contrário, na verdade, nossos jogadores além de caros são os mais esforçados porque eles valem e isso vou lhes demonstrar para todos saberem que o fracasso do Bahia é bom para os “verdadeiros tricolores”!

Sim, meu caros, tudo numa equação simples: o Bahia é o que de melhor temos em análises mais frias de rendas e lucro. Supera o Vitória se somado os dois semestres. Rafael Kafka, nosso leitor, nos chamou a atenção para esse detalhe: quem teve nesse ano uma renda de mais 900.000 reais? Adivinhem?! O Bahia dos fracasos atuais. Nem o Sport colocou uma renda dessa na Copa do Brasil.

E a falsidade dos últimos resultados escondem a conta astronômica dos cofres tricolores. É a mais trivial das equações que o Bahia paga barato demais e recolhe mais que o Vitória desde que o ano começou. Mas a dissimulação de interesses num bom mocismo para assumir um “barco furado” que dá mais dinheiro que qualquer outra atividade humana é a tragédia do Bahiaizinho. Mesmo estando por baixo, o Bahia é uma mina. Caso o tricolor mais cioso começasse a pegar as rendas do Bahia desde o início do campeonato ficaria imaginando como o Bahia, apesar de rico, conhece fracasos após fracasso.

Uma maestria da falsidade no Bahia e um esporte quase é jogar com promessas e não cumpri-las, e depois depositar em outrem a culpa por pecados expiados por todos. Sem sombra de dúvida a rainha dos homens de “bem” é a dissimulação! Vejam que o bem aqui é falsear a realidade para que possamos imaginar, como um paciente terminal, que vamos para o céu caso o Bahia “vença”. Eles ganham com o Bahia perdendo, mas tá difícil meu amigo torcedor perceber isso.

É difícil não cair nessa falsidade de que “o Bahia vai vencer”, afinal o acaso não está do lado dos vencedores? A constatação é que o fracasso no Bahia é o grande vencedor e dá dinheiro fácil! Falsear-lhe a garantia, torcedor, de que é pior pensar com realismo é o que fazem. Vivemos de mentiras, entre um sofisma e outro para explorar ainda mais sua credulidade. Aliás, o bom sempre é devorado em alimento pelos mais caprichosos devoradores dos “bons” escrúpulos humanos.

O cálculo de interesses é ainda o maior alívio para os que possuem o poder eterno de cultivar rebanho$. Não vou nem me alongar nisso, pois taí as aparências me desmentindo. O Fazendão é hoje uma excelente amostra de quantos monumentos podem ser erguidos sem que seu administrador possa controlar sua casa de uma tempestade: campos, salas disso e daquilo completamente estruturados para nos enganar mais um ano com políticas de contratação e empresários que não estão muito interessados se o seu “produto” é mesmo de qualidade. O importante é o dinheiro entrando nos seus bolsos, a preocupação com os resultados pífios ficam para os comentaristas saudáveis esmiuçando o que Caetano Veloso dizia numa música: “o óbvio”.

Pois bem. Continuando o interesse sobre a mentira e sua verdade. A mentira e sua necessidade no dia a dia e nos diversos segmentos profissionais são uma necessidade tão preemente que nos veríamos tão nus diante do espelho que voltaríamos para casa numa radiografia da nossa alma. Se preliminarmente, então, hoje, alguém disser no Bahia que o time já tá rebaixado, que tá tudo perdido e etc. Este seria condenado ao fogo dos inferno$ por falar a verdade. Mas, o que queremos ouvir? Uma mentirinha! O que uma mentirinha pode fazer de mal? A não ser motivar pobres torcedore$ como a gente que possui ainda a chama do encantamento pelo tricolor. E mais: manter a venda de Jornais, programas esportivos e seus anunciantes para que maltratemos mais nosso bolso. Já ensinavam os místicos e os ganhadores do prêmio Nobel: mais da metade da cura se deve a fé do paciente no médico.

PS.: Meus caros leitores, deixo esse texto para todos pensarem se vale mesmo gastarmos mais com o Bahia que nos nega o direito de um Estatuto para votarmos para presidente.

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