Vitória 1899: Os portões estão caindo

Ricardo Azevedo A última semana foi bem interessante. Particularmente, discussões me motivam, especialmente as que envolvem temas prediletos para mim, como o Vitória, por exemplo.

Sim, o tema deste texto é Vitória. Aliás, Vitória 1899. Como símbolo uma ousada campanha de posicionamento, esta frase foi trazida ao público num enfoque equivocado, mas que rendeu frutos positivos também.

Nem chego a comemorar o (bom) tratamento que a idéia teve nos principais veículos de imprensa do país, como Lance, ESPN, UOL e O Globo, além de inúmeros outros sítios e blogs.

O que comemoro, particularmente, é algo mais amplo: o preparo de nossa torcida para novas idéias. Comemoro sim, e devemos todos comemorar, pois este é um sinal claro de que temos inteligência sob o manto vermelho e preto.

Não atrelo esta qualidade às aprovações da campanha, mesmo em enquetes que vão além de seus objetivos. Exemplo foi a do Bahia Esporte, programa da TV Bahia. A pergunta foi: Você gosta da idéia do rubro-negro se chamar Vitória 1899? Responderam “Sim” 81% e “Não” 19%.

O canalecvitoria testou uma proposta mais ousada: Você concorda com a inclusão do ano de fundação no nome do clube? (Esporte Clube Vitória 1899): Responderam “Sim” 56,38% e “Não” 43,62% em 603 votos.

Como gestor da campanha, pude testá-la com mais adequação no blog corporativo do marketing, onde fizemos a pergunta: “Você concorda com a estratégia Vitória 1899? 72,25% concordaram e 27,7% não em 746 votos.

Engasgou – Os números estão aí, mas, como disse, independente destes resultados o que comemoro é nossa capacidade de discussão. Motivo: apesar de a imprensa nacional responder positivamente à estratégia, a imprensa local, mais uma vez, engasgou. E teve que gritar.

Em plena transmissão da TV, um senhor disse, perguntado sobre o assunto: “foi algum gênio da lâmpada… me bata um abacate…”. Nas rádios, brados, piadas e deboches. Não serei contra aos contrários à idéia jamais, mas entristece o fato de ninguém ser capaz de sustentar suas opiniões.

Por falta de capacidade ou de vontade, ninguém se prestou a analisar o Vitória no mercado do futebol, as circunstâncias para esta promoção, os objetivos da campanha ou, até mesmo, o mais básico, o motivo para isto tudo.

Mesmo assim, embaixo de tiros e piadinhas, nossa torcida não se contaminou e foi capaz de julgar por seu próprio critério. Discutiu entre si abertamente na internet, trocou informações e teve coragem de assumir uma posição contrária aos gatekeepers (em bom português, os “portões da informação”).

Não sei se alguma outra torcida teria esta capacidade de dar seu próprio rumo às coisas. Louvo esta atitude e sinto pela nossa imprensa. Não parece ser esta geração de microfonados que entenderá uma lição dessas.
De bom o fato de constatarmos que os portões da informação estão caindo. Hoje ela é livre, circula pelo mundo e para quem quiser. A torcida do Vitória merece um nível melhor de informação.OBS 1: As enquetes podem ser acessadas nos seguintes links: Bahia Esporte: (http://ibahia.globo.com/bahiaesporte/)
Canalecvitoria (http://www.canalecvitoria.com.br/enquetes.aspx#)
blog do marketing (http://www.enquetes.com.br/enquete.asp?id=848049).

Ricardo Azevedo
Jornalista, é coordenador da Fundação Memorial do Vitória e conselheiro do clube. Na atual diretoria, exerce a função de diretor de marketing.
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