César Oliveira: Faltou amarrar o “Guizo no Gato”

O advogado e ex-conselheiro César Oliveira, faz uma análise sobre o quadro político do Esporte Clube Bahia e, nessa entrevista, diz quem é quem e a que interesses servem, sem poupar nenhum dos “medalhões” envolvidos no processo sucessório do Clube, do Ministro Gedel Vieira Lima, a quem reputa como um dos aparentes “ganhadores” do processo, assim como os Guimarães, pai e filho, ao Governador Jaques Wagner, passando por Paulo Maracajá, Reub Celestino, Nélson Pelegrino e Fernando Jorge, aos quais designa como os principais derrotados da campanha, ressaltando, principalmente, a candidatura de Rui Cordeiro, segundo ele “a única verdadeiramente de oposição, porque identifica e pretende arrastar o ‘bode na sala’ do Esporte Clube Bahia, que atende pelo nome de Banco Opportunity, sem esquecer, é claro, do badalado Sr. Daniel Dantas”, afirmou o prócer tricolor. (Veja abaixo alguns trechos desta entrevista publicada no Site Portal Esportivo)

Candidatura de Rui Cordeiro

Representa, sobretudo, um protesto legítimo contra esse lamentável estado de coisas que assola o Esporte Clube Bahia, tanto no âmbito esportivo, quanto administrativo, significando, sem sombra de dúvida, o resgate moral da Instituição; representa o grito de toda uma massa de torcedores humilhada, desanimada, desmoralizada e sofredora, que clama por mudanças verdadeiras, reais e objetivas e que não pretende enganar o torcedor sugerindo “soluções mágicas” que não existem; representa, ainda, o verdadeiro enfrentamento por trás de todo esse jogo de aparência: a questão do Banco Opportunity, assunto proibido para todos eles, mesmo para aqueles que se dizem de oposição, como é o caso do Sr. Fernando Jorge.

Acordo: Paulo Maracajá e Marcelo Guimarães e a falta do “Guizo do gato”

O acordo é de conhecimento de todos os que se interessam pela questão tricolor. Pelo acordo, Marcelo se obrigava a aceitar o candidato de Maracajá, como sucessor dele próprio, Marcelo, desde que depois, em sistema de revezamento, fosse ele quem indicasse o próximo presidente, ou seja, Marcelo Guimarães aceitou a indicação de Maracajá, que recaiu em Petrônio Barradas, desde que ele, Marcelo, escolhesse o sucessor de Petrônio. Então, até aí a coisa ia bem, entre eles. Só que, como sempre, Maracajá resolveu dar o “pulo do gato”: pensou, “eu me alio ao Governador e ao pessoal do PT, faço um acordo, resolvo meu problema no Ministério Público, prometo que vou interceder para o Governo do Estado dar de ‘mão beijada’ o Estádio de Pituaçu, lanço Reub Celestino e digo que ele representa o ‘novo’, o ‘moderno’, a ‘oposição’, engano todo mundo…….. entretanto e todavia, faltava amarrar o “guizo no gato”, ou seja, faltava a concordância de Marcelo Guimarães que, com um filho Deputado Federal do mesmo partido de um dos Ministros mais fortes do Governo Federal, para ele ficou fácil realizar um “freio de arrumação” e impor a candidatura de seu filho.

Paulo Maracajá em franca decadência

Paulo Maracajá, é o grande derrotado de tudo isso, não somente porque não teve força para construir uma candidatura, não apenas porque foi obrigado a um recuo vergonhoso, não simplesmente porque sai do processo com a pecha de traidor, mas, sobretudo, porque dá nítidas demonstrações de enfraquecimento na política interna do Clube, e certamente, daqui por diante, não mais contará com a pouca confiança de que dispunha junto ao grupo marcelista. Prenuncio para ele um fim amargo, conforme merece, pelo seu egoísmo, pelo seu antagonismo em relação aos que dele discordam, pelo seu autoritarismo e por sua absoluta carência de senso de ridículo. Maracajá, eu acho, está em franca decadência.

Candidatura de Fernando Jorge

Trata-se de uma candidatura continuista disfarçada, digamos assim. Chegou a renunciar à sua condição de candidato em favor do Sr. Reub Celestino, personagem construído por Paulo Maracajá, como é de notório conhecimento de toda a torcida do Bahia. Além do mais, não toca no assunto do Banco Opportunity. Entendo que a candidatura de Fernando Jorge é de situação, muito embora que por outra vertente. De qualquer forma, não têm projetos, limita-se a vagas promessas de duvidosa aplicação, com forte viés autoritário e sem perfil de mudança.

Contratação de Paulo Carneiro

Esse Senhor é um fracassado no futebol, sendo retirado, pela porta dos fundos, do Esporte Clube Vitória, depois de levar o adversário para a segunda divisão do futebol brasileiro. Além do mais, nós não estamos esquecidos que foi ele, enquanto presidente do Esporte Clube Vitória, que também se envolveu no escândalo que nos custou mais de 120 (cento e vinte) jogadores, com a participação direta do Sr. Paulo Maracajá e do Sr. Newton Mota. Custou-nos, entre outros, Emerson, Flávio Tanajura, Rodrigo e Dedimar

Marcelinho e o impedimento legal

O Deputado Federal Marcelo Guimarães Filho não pode, juridicamente, agasalhar a pretensão de ocupar dois cargos rigorosamente incompatíveis, e o Dr. Celso explicou muito bem os motivos fáticos e jurídicos de tal impedimento. De todo modo, brevemente o Exmo. Sr. Procurador Geral da República será conclamado a oferecer o seu parecer, à propósito dessa manobra. Mas eu tenho esperança que ele tome um choque de realidade e perceba que está arriscando uma bela carreira política por um capricho, porque só um capricho pode justificar alguém com mais de 80% de reprovação da torcida pretender ser o líder dela, na condição de presidente do Clube.

O Futuro do Bahia

Olha, eu acho que vencer dificuldades é experimentar o encanto total da existência. Além disso, o futuro do Esporte Clube Bahia dependerá do que fizermos no presente, até porque uma direção que se isola das massas populares – e é isso que irá ocorrer se o jovem Deputado for homologado como Presidente do Esporte Clube Bahia -, está nutrindo o gérmen de sua própria destruição. Nós não podemos nos calar, até porque, alguém disse, “o silêncio é reacionário”. Então, eu concordo com Dom Quixote: “meu repouso é a batalha”. Veremos o que faremos. O nosso grupo é sério, é coeso, é militante, não desiste fácil. Continuaremos na trincheira. Certamente, ingressaremos com uma representação junto ao Procurador Geral da República, conforme já acentuei. Em um segundo momento, estudaremos a possibilidade de ingressarmos, judicialmente, com um pedido de intervenção no Esporte Clube Bahia, enfim, continuaremos a luta até que esses homens aprendam que aqueles que tornam a reforma pacífica impossível, geram a mudança violenta inevitável.Leia mais clicando aqui

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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