Defesa do Bahia faz água

A segurança do primeiro semestre se perdeu junto com o sonho do título baiano. O Bahia destoa na Série B. A defesa quase intransponível do estadual agora sofre com os ataques constantes. A média de 0,75 gol por partida cresceu ao longo de 14 confrontos no Brasileiro até atingir 1,21 – o suficiente para dizer que, salvo as exceções, o torcedor pode apostar: o Bahia não passa rodada sem Darci correr até o fundo das redes.

Sexta-feira à noite, muito por falhas do próprio goleiro. O rebote na saída desastrada deixou a meta desguarnecida no primeiro gol. Na seqüência, a cabeçada por cobertura decretou o 2×2 com o Bragantino. Sétimo empate, o time não dá descanso à rotina. A relação entre os gols sofridos no primeiro e segundo tempos é amplamente desproporcional. A média de 0,42 nos 45 minutos iniciais é quase metade do 0,78 registrado quando o período se torna decisivo.

O problema influi na balança comercial tricolor, desfavorável em dois gols no saldo. Mas a pergunta geral é: o que acontece com a defesa que sofreu apenas 21 gols em 28 partidas no Baianão e passou a amargar 17 em 14 jogos nesta Série B? A primeira parte da resposta obviamente envolve o nível dos adversários. Mesmo o 13º colocado Bragantino tem muito mais a oferecer que qualquer equipe do interior baiano, vide o título da Série C 2007.

O Bahia já havia experimentado princípio de mudança nesse perfil nas finais do estadual, quando apenas os quatro melhores jogaram entre si. A média de 0,59 gol sofrido por jogo na primeira fase saltou para 1,3 nas seis partidas contra Itabuna, Vitória e Conquista. Mas parar por aí seria dar margem a raciocínio simplista. Considerados pilares da equipe, jogadores como Alison, Fausto e Rogério não atravessam boas fases.

Antes titular absoluto, Alison chegou a dar lugar a Cléber Carioca por opção de Arturzinho. O treinador é mais um com culpa no cartório. Seu time é mais exposto que o montado anteriormente por Paulo Comelli. O trio de zagueiros foi reduzido a dupla para enxertar Emerson Cris no meio-de-campo. O time perde em mobilidade no combate, já que tanto Cris quanto Fausto são jogadores de cadencia; por natureza, lentos.

Mudou ainda o desenho defensivo. O meio-de-campo em losango de Comelli dava sustentação a Alison e Marcone, legítimos zagueiros. Com Rogério como líbero, Fausto e Rivaldo cumpriam a função de volantes mais abertos pelos lados do campo. Arturzinho decidiu sacrificar um meia, no caso, Rafael, para dar a mesma liberdade a Elias. O time tem tomado mais gols.

Beijocas na Câmara

ÍDOLO do Bahia década de 1970, Beijoca aposentou a camisa tricolor mais uma vez. Agora vai concorrer a cadeira na Câmara de Vereadores. Despediu-se na quarta-feira, daí ter chegado o substituto: Luiz Carlos Cerqueira, passagem pelo Bahia em 2003 com Lula Pereira e dez anos de seleção árabe. Mais um carioca no grupo por indicação de Arturzinho. Informações do Correio da Bahia

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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