Vitória pode ter dois estádios

O Vitória anunciou no início desta semana o que já vinha sendo amadurecido há um bom tempo entre os dirigentes do clube e coube ao presidente do Vitória S/A, Jorge Sampaio, oficializar em entrevista coletiva o interesse do Campeão Baiano em gerenciar o Estádio Metropolitano de Pituaçu, passando a contar com dois estádios.

Surpresa? Óbvio que não. Seria surpresa se o Vitória, que sempre teve uma visão empreendedora à frente dos demais clubes baianos, abrisse mão de participar da licitação que deverá ser anunciada em breve pelo Governo do Estado, obedecendo os mesmos critérios utilizados na licitação do Estádio João Havelange (Engenhão), gerenciado pelo Botafogo.

A surpresa ficou por conta apenas de parte da imprensa, que já contava com a “doação” do Estádio Roberto Santos ao Bahia, uma vez que a cúpula do Governo Estadual torce pelo time sem-teto. Ainda não estou bem certo se o sentimento de parte da imprensa foi mesmo de surpresa ou de indignação, julgando que o Vitória entrou na disputa apenas para atrapalhar o sonho tricolor de adquirir sua casa própria.

O Vitória não está sozinho nesta disputa, pois conta com o apoio de dois fortes parceiros, que juntos formarão um consórcio para participar da licitação, a empresa Caco de Telha e a Asa de Águia, dois gigantes do show business baiano, cujos sócios são declaradamente rubro-negros: Ivete Sangalo e Durval Lélis, respectivamente.

A parceria futebol/axé, que se tornou uma constante no Barradão, acostumado a receber convidados ilustres nas comemorações de suas conquistas, a exemplo da própria Ivete Sangalo e Daniela Mercury, poderá acontecer num novo palco, não menos rubro-negro.

Caso o Vitória e seus parceiros logrem êxito nesse empreendimento, o retorno financeiro torna-se evidente, uma vez que a capital baiana, tão fértil em gerar estrelas musicais, carece urgentemente de um espaço adequado para abrigar os mega-shows dos nossos artistas. Além de servir para os eventos musicais, Pituaçu servirá ainda para abrigar os jogos do Vitória, ou ainda, emprestá-lo para equipes de menor porte, a exemplo do Galícia, Bahia e Leônico, obviamente mediante o pagamento de um justo aluguel.

A maioria da torcida rubro-negra vem demosnstrando apoio à diretoria na disputa pelo gerenciamento do estádio de Pituaçu. Em enquete ainda em vigor no nosso site, mais de 80% dos votantes incentivam a participação rubro-negra no processo licitatório. 20% ainda resistem, preocupados com o futuro do Barradão, santuário rubro-negro, amado e cantado em prosa e verso pela legião vitoriana.

O Barradão será sempre a nossa casa, a fábrica de craques rubro-negros e, passará a integrar o Centro de Treinamento que há tempos carece da construção de novos campos de futebol. O Manoel Barradas servirá ainda para abrigar os jogos dos juniores e de um possível “Time B”, para realização de torneios internacionais das divisões de base e também para abrigar os jogos do elenco profissional sempre que o gramado de Pituaçu demonstrar falta de resistência diante dos inúmeros shows que possibilitará uma renda extra aos cofres do Leão.

Vale lembrar que embora o estádio de Pituaçu tenha sido reformado às pressas, sem licitação, com o objetivo explícito de socorrer o time de coração do Governador, ele está sendo reformado (reconstruído) com o dinheiro público, o nosso dinheiro. Portanto, Pituaçu pertence à sociedade baiana e todos tem o direito de participar do processo licitatório visando gerenciá-lo. O fato de possuirmos uma casa ampla não é impeditivo para que possamos adquirir um apartamento moderno, bem localizado e estruturado.

Esperamos que o Governo do Estado estabeleça democraticamente os critérios justos de concorrência, evitando favorecer qualquer um dos interessados no novo equipamento esportivo.

Por um VITÓRIA FORTE!

Michel Silva

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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