“Ai, que saudade de Nonato”

Se fosse para escolher uma música destinada ao setor ofensivo do Bahia, não seria difícil: “Ai, meu Deus, que saudade da Amélia, aquilo sim é que era mulher!”. Para entender melhor, basta substituir o nome Amélia pelo de Nonato. Tudo porque, no ano passado, o artilheiro paraense fez 19 gols na Série C, dois a mais que a soma das bolas na rede de todos os atacantes que atuaram este ano.

A saudade do centroavante, que saiu no final da temporada 2007, não vem só da torcida, que deve estar preocupada com as exibições apagadas do setor. Para o atacante Charles, que atuou com Nonato, tempo bom era quando o ataque funcionava. Suspirando, o atleta lembra. ”Rapaz, que tempo bom quando jogávamos com Nonato na frente. Ali não perdia gol, não. Outra coisa. Eu, Moré ou Neto Potiguar sempre jogávamos bem com ele (Nonato)”, lembrou Charles.

Para o atacante, a quantidade de jogadores e a freqüente mudança no setor prejudica o entrosamento. “Não adiantar trazer tantos reforços. Quantidade não é qualidade. Também temos que acertar a melhor dupla para eles entrosarem”. Charles tem razão. Este ano, doze jogadores foram contratados no setor. Nove permanecem, sem contar com a possível dispensa de Pantico. Segundo os dirigentes, todos só gastos com salários, onde o maior é Alison, com R$ 22 mil. Nenhum foi comprado.

Mas o problema, pelo menos para torcida, não é com o salário, mas com o custo benefício. Para se ter uma idéia, os centroavantes que mais converteram no Estadual deste ano foram Didi e Pantico, com 4 tentos cada. Nada comparado com os 14 gols de Fábio Saci, na edição anterior.

Com as exibições apagadas de Cazarine e Meneghel na última partida do Bahia, todas as esperanças estarão voltadas para a estréia de Galvão. “Eu preciso de mais entrosamento, mas acho que posso ajudar a equipe na partida contra o Barueri. O setor passa por uma fase ruim, mas é questão de tempo para conseguir reverter este quadro”, disse o estreante.

Segundo o próprio diretor de futebol do Esquadrão, Ruy Accioly, parece que Galvão é mesmo a única esperança. “Não vou dizer que o atacante Kuki está descartado, pois amanhã nós podemos resolver trazer. Mas acho que as chances são mínimas. Ele tem contrato com o Náutico em vigor, além do salário, que é muito alto”, disse.

Kuki foi uma das últimas especulações do Bahia na semana passada. O próprio atleta afirmou que estaria interessado na vinda para o tricolor. “É um bom jogador, mas temos que dar mais chances aos novos. Galvão chegou e precisa estrear. Prefiro trazer um meia”, afirmou Ruy.

Para não apedrejar demais os atacantes, é preciso falar também dos meias. Elias, principal goleador tricolor da temporada, faz tempo que não cria boas jogadas para o ataque. Na derrota de 2 a 0 diante do Santo André, bola para os atacantes só através de chutões ou falhas da zaga advesária. Com isso, os ‘goleadores’ são obrigados a recuar para buscar as bolas que deveriam ser passadas pela meiúca. Essas informações são de Moysés Suzart, do A TARDE

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