O Bahia entrou no século XXI

Escrevi um texto na sexta, véspera da eleição e me silenciei. Porém, hoje, vésperas do jogo contra o Criciúma, véspera de importante jogo para o futuro do clube, volto a conversar com vocês sobre o acontecimento singular na vida do clube como é a democracia. E salve a deusa majestosa de vestes ornamentadas pelas mãos de todo tricolor altivo!

Chegou a eleição tão sonhada e a posse do novo presidente ocorreram como tributo ao amor a esse gigante quase morto de tão mal usado. Hoje, a democracia triunfou e todos foram vitoriosos como também os outros dois candidatos, Rui Cordeiro e Tillemont estão de parabéns. Eles estiveram na posse do novo Presidente, Fernando Schmidt, e assim mostraram a grandeza de homens acostumados às lutas. As novas expectativas e sonhos agora são para o tri-brasileiro. Todavia, Schmidt encontra o Bahia em situação pré-falimentar. Os dados da auditoria, segundo se comenta, são alarmantes. Não falo nem mais de gestão temerária!

Contudo alguns insatisfeitos com a democracia no Bahia abrem o bocão para alardear que o Bahia é de um partido político. Na verdade, alguns claramente não são simpáticos a causa democrática por afinidade com a truculência e a arbitrariedade, estes insistem em ligar a causa democrática do Bahia a movimentos da velha política de manda-chuvas, continuam a perseguir uma ilusão de que voltarão com suas sombras desgastadas pela falta de auto-crítica.

O Bahia, hoje, tem um conselho eleito e um presidente eleito, não foi nenhum partido político que os elegeu. O maior “partido” político que vejo agora no Bahia é de tricolores “puro-sangue”, como assim diz a Dra. Cristina Pirajá, o de tricolores legitimados pelos sócios do clube sem apadrinhamento, tricolores eleitos antes pelo voto de confiança de 10.000 sócios que acompanham as notícias do clube e sabem da luta dos grupos de oposição ao ex-presidente Marcelo Guimarães Filho.

O Bahia de hoje tem a missão de resgatar o tricolor de aço do cadafalso em que estava. Mas, a luta é de todos, temos o recurso  que o antigo sistema não permitia: a alternância de poder. Os tricolores de hoje legaram ao futuro do clube um instrumento de luta pacífico que coloca a sua torcida definitivamente como grande parceira e responsável por mudar seus administradores caso estes não se mostrem suficientemente aptos para o poder delegado.

Muitos incrédulos pensam que só na teoria isso tudo é muito bonito, mas eu retruco que não é só discurso bonito a democracia, esta é dotada mesmo de uma força que garante a estabilidade política ao mesmo tempo que cria condições de correção de rumos com a transparência e prestação de contas num clube que servirá não mais a propósitos alheios aos seus fins. Cidadãos para o bem da instituição serão julgados por seus serviços, não por sua torpeza.

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