CEO vê Fortaleza como inspiração para outros clubes do Nordeste

Marcelo Paz vê o Fortaleza como inspiração para outros clubes do Nordeste.

Foto: Mateus Lotif/Fortaleza

O Fortaleza tem uma folha salarial cinco meses menor do que a do Flamengo e quatro vezes menor do que a do Palmeiras, os dois clubes que vêm ganhando mais títulos nos últimos anos no futebol brasileiro. Mesmo assim, quem lidera a Série A 2024 é o Leão do Pici, a 14 rodada do fim, e se credencia como um dos candidatos ao título. CEO do clube, Marcelo Paz vê o Fortaleza como inspiração para outros clubes do Nordeste.

“O case do Fortaleza inspira. O case do Fortaleza mostra que é possível um clube que estava na Série C de Campeonato Brasileiro, que sofria, tinha problemas estruturais e financeiros, mas tinha torcida. A gente sempre teve torcida, sempre teve massa. No Nordeste, principalmente, nas grandes capitais, sempre teve clube. Na Paraíba, o Botafogo é um grande clube, como é o Treze e o Campinense em Campina Grande. Em Sergipe, tem o Confiança e o Sergipe. No Alagoas, o CSA e o CRBA. No Maranhão, o Sampaio Corrêa, o Moto. Tem esperança que se pode fazer um caminho”.

“Eu acho que a gente traz algo novo no sentido de resiliência, dentro e fora de campo. Eu não sucumbi à tentação de gastar muito mais do que temos para gerar um time competitivo e depois não conseguir arcar com a folha desse time, tendo queda de performance. Não sucumbir à tentação nos momentos difíceis. A gente já foi eliminado de competição, já perdeu clássico, já não atingiu determinado objetivo, já ficou na zona de rebaixamento por 20 rodadas em 2022 e manteve o trabalho”.

O Fortaleza se transformou em Sociedade Anônima de Futebol (SAF) no final de 2023 e o então presidente Marcelo Paz se tornou CEO, mas as ações continuam 100% nas mãos da associação. Inicialmente, o clube pretende vender apenas 20%, quando o parceiro certo for encontrado.

“Não é só o cheque, não é só o dinheiro. O ‘quem’ é mais importante que o ‘quanto’. Quem é a pessoa que quer ser nossa parceira, quem é a pessoa que quer fazer parte da nossa história. Quando digo pessoa, digo o grupo que está por trás. Que esse grupo possa, por exemplo, agregar além do dinheiro, agregar em conhecimento, em gestão, em uma área que domine. Hoje tem diversos grupos ao redor do mundo que trabalham com futebol, mas têm uma veia mais do entretenimento, da relação com fã ou do futebol em si. Acho que a gente tem de buscar equalizar a necessidade de investimento com um parceiro idôneo, correto e que possa agregar alguma coisa à gestão”.

“São processos de passo a passo, que se iniciou no ano passado, quando a gente aprovou a criação da SAF no Conselho Deliberativo, na Assembleia Geral de Sócios. Depois, fizemos o processo de formalizar a criação da SAF, com CNPJ, conta bancária, transferência de ativos da associação para a SAF, para operar como a SAF. Agora, o momento é de ouvir um pouco o mercado, ver o que o mercado tem para o Fortaleza, escutar possíveis parceiros, sempre naquela premissa inicial de a gente vender uma fatia minoritária do clube, no máximo 20% neste primeiro momento. É um momento de escutar, ouvir quem tem interesse, o que se pode contribuir para o clube”.

 

 

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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