O goleiro Rodolfo, do Doce Mel, foi vítima de ofensas homofóbicas e ataque racista de torcedores no jogo da última quinta-feira, contra o Esporte Clube Vitória, no Estádio Manoel Barradas. Além disso, em entrevista ao GE, o arqueiro revelou que foi atingido por um objeto e que chegou a falar com o árbitro do jogo, Wagner Francisco Silva Souza, mas que ele pediu que ele não atrapalhasse o andamento da partida.
“Mas no segundo tempo também me jogaram coisas. Me xingaram com tons homofóbicos também. Tanto que chamei até o juiz , mas ele disse para eu não parar para não atrapalhar o trabalho dele. Eu acho até que ele não entendeu o que tinha acontecido, falou que ia colocar a polícia ali, mas nem isso aconteceu”, disse Rodolfo.
Wagner Francisco Silva Souza informou em contato ao GE que Rodolfo não o procurou para falar sobre ter sido vítima de injúria racial e que não encontrou o objeto que foi lançado em direção ao goleiro para registrar na súmula do jogo. Rodolfo sofreu a injúria racial após cair no gramado. Após gritos homofóbicos, um torcedor chama o goleiro de “macaco”.
“O fato aconteceu em meados do primeiro tempo, quando a gente havia sofrido uma finalização da parte do Vitória, daí eu caí sentindo um pouco de dor, do impacto da queda. Nesse momento ele começou a proferir algumas injúrias, mas na verdade ele já tinha falado algo antes e eu tinha observado. No entanto, eu estava muito focado no jogo, então eu não quis dar importância, mas eu estava ciente do que estava acontecendo. Mas que bom que as câmeras ali, a captação de áudio e as pessoas que estavam ali em volta trabalhando notaram também e trouxeram isso, porque muitas das vezes as pessoas entendem que queremos fazer alarde ou levantar qualquer tipo de bandeira, e essa não é a minha praia, não é a forma como eu enxergo a vida”, iniciou Rodolfo.
O atleta do Doce Mel agradeceu todas as mensagens de força e apoio que tem recebido após o ocorrido. “Mas fica aqui a minha gratidão a todos aqueles que têm se manifestado de forma sensível comigo e me apoiando. Só tenho mesmo que agradecer a Deus por ele ter me mantido de pé e continuar firme na minha caminhada. Um abraço a todos. Um abraço especial a toda torcida do Vitória, a verdadeira torcida do Vitória, por terem se solidarizado com minha situação e com esse fato ocorrido. Eu tenho plena consciência que o Vitória e a sua grandiosidade e a sua grande torcida, sua linda torcida, não é isso. Eu tenho essa ciência, eu tenho esse conhecimento, mesmo porque já fiz outros grandes jogos contra o Vitória e nunca me ocorreu isso. Então fica aqui minha gratidão à verdadeira torcida do Vitória que tem me apoiado.”
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