Danilo Fernandes repudia violência e diz que não pensa em deixar o Bahia

Danilo Fernandes repudia violência e diz que não pensa em deixar o Bahia

"A paixão está sendo confundida. Bandidos estão se disfarçando de torcedores"

Foto: Felipe Santana / EC Bahia

Na tarde desta terça-feira, o goleiro Danilo Fernandes concedeu sua primeira entrevista coletiva após o atentado sofrido antes da partida contra o Sampaio Corrêa, quando o ônibus do clube foi atacado por artefatos explosivos na chegada à Arena Fonte Nova, ferindo alguns jogadores. Principal vítima do ataque, o arqueiro lamentou os episódios violentos que tem acontecido no Brasil.

 

“Hoje, no futebol brasileiro… Não só aqui no Bahia. A gente viu em Porto Alegre, Pernambuco, casos de racismo. Em qualquer lugar do Brasil está complicado para jogar. A gente quer fazer o nosso trabalho e com segurança. As pessoas competentes estão aí para dar nossa segurança. A gente viu o quanto está complicado. A paixão está sendo confundida. Bandidos estão se disfarçando de torcedores. A preocupação não é com o Danilo, e sim com todos os envolvidos”, disse.

“É uma das entrevistas mais difíceis da vida e principalmente por coisas que a gente não quer falar. É uma situação chata, um futebol brasileiro que é pentacampeão, hoje em dia está virando notícia policial. Um momento que o mundo vem passando por guerra, adversidade e estamos vivendo isso em um ambiente onde devia ter alegria, união de time, torcida, em um só objetivo, que é dar alegria ao povo. A gente se fala, tenta ter uma posição, mas sabe o quanto é complicado. Passa do nosso ponto de alcance. Tenho certeza que as autoridades vão fazer um grande trabalho”, explicou.

Danilo foi questionado sobre a possibilidade de deixar o clube após o episódio lamentável, mas afirmou que não pensa em sair. “Não passou pela minha cabeça em momento algum. Estamos muito bem adaptados, apaixonados pelo clube e por tudo que envolve o Esporte Clube Bahia”, exclamou.

Danilo também falou sobre a expectativa de voltar às atividades normais de trabalho. “Vou fazer esse procedimento na sexta. Tem que aguardar cicatrização para não ter nenhum problema. Semana que vem eu posso estar fazendo algo na academia. Vou pressionar o pessoal para fazer alguma coisa, a gente não consegue ficar parado. Primeiro quero me recuperar, ficar bem com o meu corpo e voltar 100% para o meu ambiente de trabalho”, justificou.

Confira outros trechos importantes da entrevista divulgada pelo Bahia:

Como foi no momento do atentado?

“Eles até relataram que eu demorei pra manifestar alguma coisa. Acharam que só tivesse acontecido as explosões. Não tava ouvindo e não percebi o que ocorreu. Senti uma porrada no meu rosto e depois vi alguém gritando que foi uma bomba. Quando me dei por conta, estava pingando um monte de sangue. Pediram para eu ir mais à frente para sair da zona de perigo. Estava aéreo, não sabia o que estava acontecendo. Fica estranho de entender o momento e tudo que aconteceu”.

Como está a visão atualmente?

“Teve um trauma, né? Todo mundo pode ver próximo a meu olho. Devido ao trauma, foi constatado um sangramento, tem um termos técnicos que não sei explicar. Estou me recuperando, mas sinto meio desfocado. A médica disse que o corpo vai absorver. Vamos fazer um procedimento na sexta”.

Mensagens de apoio e expectativa por providência das autoridades competentes

“Tem pessoas mais competentes para cuidar. A gente acredita na polícia, ministérios, todo mundo que está envolvido buscando justiça. A gente fica indignado, os atletas ficam indignados. Recebi muita mensagem legal, o professor me ligou, presidente, vice-presidente. O professor Tite me mandou mensagem de solidariedade. O momento é de se apegar a isso. A gente deixa para as autoridades. Que a justiça seja feita porque isso não é normal. Pessoal invade CT, nos pressiona na rua. Nenhum trabalhador sofre isso na rua. Por que que um jogador tem que ser assim? A gente não entra para perder e nem para fazer gracinha. Ali tem onze adversários querendo ganhar o jogo. Agora quer dizer que somos vagabundos e entramos para perder? A gente precisa de respeito, de segurança para fazer o nosso trabalho”.

Uma mensagem ao torcedor tricolor

“Gostaria de agradecer pelas mensagens de carinho. O verdadeiro torcedor, aquele que ama o clube. Quero agradecer, estou me recuperando e quero estar recuperado para fazer o que gosto, honrando essa camisa pesada. A cobrança é grande. Pode ter certeza que a nossa é muito maior do que qualquer outra. Sempre que eu puder, vou honrar a camisa. É uma camisa de um campeão nacional, história linda. Vou fazer de tudo para dar alegrias ao verdadeiro torcedor. Vai ser um ano complicado, não começou do jeito que a gente queria, mas o final vai ser do jeito que a gente quer. Se Deus quiser, vou estar junto com todos comemorando o nosso objetivo maior que é estar na Série A novamente”.

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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