Uma das vertentes de aprimoramento da arbitragem brasileira da Confederação Brasileira de Futebol há aproximadamente seis anos, a CBF Academy registra um crescimento de demanda, com receita avaliada em R$ 12,5 milhões em 2020. Em grande parte, a ascensão econômica tem origem na busca contínua de jovens profissionais – sobretudo treinadores -, porém rebate na procura crescente de mão de obra de treinadores do exterior.
Segundo o coordenador geral da CBF Academy, Michel Mattar, a transformação e opção dos dirigentes brasileiros para com técnicos estrangeiros faz parte da globalização do futebol.
“Nesse esse mundo globalizado que a gente vive, tem certas coisas que são inevitáveis, né? Então essas coisas vão acontecer. Qualquer medida, qualquer iniciativa voltada para o, digamos assim, protecionismo de mercado, para reserva de mercado, ela não se sustenta no longo prazo. Então, tudo que a gente faz é visando a qualificação, a capacitação, né? Isso tem que, obviamente, estar presente no nosso discurso o tempo inteiro e pode até haver uma resistência inicial etcetera, mas, inevitavelmente, a gente está concorrendo com todo mundo, né? Os nossos treinadores, nossos atletas, nossos profissionais, então isso é inevitável. É uma consciência que todos nós já temos, mas isso tem que se traduzir, obviamente, no ambiente profissional”, avaliou, em entrevista ao site “ge” e ao blogueiro do “Painel Tático”, Leonardo Miranda.
Para o coordenador da Escola Técnica do instituto, Maurício Marques, considera importante a soberania da competência no que diz respeito ao aparecimento de treinadores novos, sejam do Brasil ou de fora do país.
“Pessoalmente, eu sou a favor. Os caras têm que vir mesmo. A gente já trazia instrutores de fora desde 2010. O futebol brasileiro está recebendo atletas de fora e treinadores de fora. Quer dizer que a indústria está crescendo, que ela está visada. Hoje, o campeonato inglês, que é o maior do mundo, mais rico, tem 16 treinadores de 20 de fora. E é um caminho sem volta. No mercado, os competentes é que vão ter que ficar. E a gente fala isso. Que seja por competência, não pelo passaporte. E eu falo isso com os treinadores, “gente, tem que ir lá e ganhar dos caras”, analisou.
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