Paulo Carneiro se isenta de culpa por rebaixamento e diz ter projeto para revolucionar o Vitória

Em entrevista à TV Bahia, presidente afastado do Leão da Barra rebateu ainda posicionamento de capitão do time Wallace

Foto: Reprodução

O mandato de Paulo Carneiro na presidência do Esporte Clube Vitória acabou interrompido temporariamente por acusação de gestão temerária. Contudo, mesmo após ser afastado do exercício profissional, o dirigente garante que membros internos da agremiação impedem a execução de um projeto preparado por ele que independe da divisão que o time disputar. Além disso, o gestor garantiu também que o processo de afastamento é ilegal.

 

“Eu tenho um projeto pronto, independente de divisão, para tornar o Vitória de novo um clube referência no Brasil, mas eles não deixam a gente trabalhar. Esse projeto independe de estar na Terceira ou na Segunda Divisão. Minha vontade é de sempre servir ao Vitória. Eu sou o presidente hoje, não sou homem de renúncia, e tenho a justiça do meu lado. Eu gostaria muito de estar à frente de um desafio, sabe? Porque eu tenho experiência, tenho conhecimento de mercado, mas parece que eles não querem. (…) Eu vou continuar brigando na justiça, porque o processo de afastamento do presidente do Vitória é totalmente ilegal”, declarou em entrevista ao Globo Esporte, da TV Bahia.

Em função do afastamento antes mesmo do término do seu mandato, Paulo Carneiro corre risco de ser expulso do Conselho Diretor e do quadro de sócios. Por outro lado, mesmo após os fracassos sofridos mediante as 62 contratações feitas de 2019 a 2021, o dirigente se isentou da responsabilidade pelo rebaixamento do clube à  Série C do Campeonato Brasileiro 2022.

“Esse negócio de culpa e responsabilidade é preciso contextualizar. Eu não gosto desse termo culpa, principalmente num jogo que eu não bato escanteio, não bato tiro de meta. (…) Em 2019 eu encontrei um elenco montado. Mas eu não fujo da minha responsabilidade. Depois da Copa América nós fizemos uma reformulação no elenco. O que é fato é o seguinte, é muito difícil você elencar. Talvez eu tenha errado na montagem do elenco. O que eu posso dizer é que passei de dois a três meses com salários atrasados com meus atletas. Mas eu fui finalista do Brasileiro de 93 com salário atrasado, então eu poderia não usar esse argumento. Só que eu tenho que ser verdadeiro. A minha dupla de ataque em 2019 era Wesley, que agora é campeão da Libertadores, e Anselmo Ramon, que subiu a Chapecoense. Será que meu time era ruim? Será que é só o time? Esse ano eu tomei a decisão de reformular a base e coloquei 17 jogadores formados em casa. Aí você corre um risco, porque nem todos acertam. David é uma realidade hoje, mas no início era uma aposta. Samuel foi bem no primeiro semestre, mas depois perdeu o caminho. Parou de se comportar bem e deu um grande prejuízo ao Vitória. O Vitória precisa formar, se não fizer isso não tem negócio de R$ 10 milhões.”, avaliou.

Autor(a)

Pedro Moraes

Jornalista, formado pela Universidade Salvador (Unifacs). Possui passagens em vários ramos da comunicação, com destaques para impresso, sites e agências de Salvador e São Paulo. Contato: [email protected]

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