O Bahia não está em queda, pois ainda não se levantou.

Efetivamente, há possibilidade matemática, como ocorrera com o Santa Cruz, no ano passado, para o Bahia subir. Acho que não se deve, antecipadamente, jogar a toalha, apesar de ser inseguro o sonho de alguns, apesar da maioria já se conformar pela continuidade na segunda divisão, através de respaldos negativos já fartamente apreciados.

Mas, o meu opinativo no momento é sobre a exigência que o torcedor do Bahia (parte) faz do atual elenco sob a justificativa do peso das duas estrelas sobre o peito, como se transformassem num estimulante muscular ou de aprendizagem técnica, para reverter os insucessos que estupram, para os apaixonados, as duas conquistas já de longa data.

Todos os anos, leio e escuto somente esta conversa sobre o porte de duas estrelas nacionais, porém enquanto o Bahia se alimenta do passado, que realmente FOI grandioso, para orgulho de seu Estado e do Nordeste, EM QUATORZE EDIÇÕES DA SÉRIE “A” POR PONTOS CORRIDOS, o Bahia só participou em CINCO (aprox. 35%). O meu Vitória também com uma participação não ideal, porém freqüentou a elite em OITO vezes (aprox. 60%).

Na verdade, o Bahia não está em queda. Apenas, ainda não se levantou. Não só culpa tem a atual administração, como também as anteriores. Atualmente, a dor é mais exacerbada, porque a torcida sonhou pelo comando de seu clube, através de eleição direta. Infelizmente para os tricolores e felizmente, para os rubro-negros, parte gótica, até o momento a atual direção se transformou numa onomatopéia de fogos de artifício que falham na explosão, ou no popular: deu xabu. Por sinal, os menos jovens, como nossos amigos Dalmo, Eliel, Dinensen, Lourival e Paulinho, entre outros ocultos que se apresentam travestidos de adolescentes, devem estar lembrando aquela antiga propaganda: “Use fogos Caramuru, aqueles que não dão XABU” . Talvez os eleitores mais jovens ao exercerem o seu direito a voto não tinham conhecimento dos Fogos Caramuru.

O desespero de nossos amigos tricolores agora está impondo ao elenco, que respeitem o seu peito esquerdo. Muitos preocupados vão ao cardiologista, mas o eletrocardiograma vai apontar que as duas estrelas estão em curto-circuito, deterioradas desde época do salitre da sede de praia, que ficava lá na Boca do Rio e que reduzia em destroços seus troféus. A torcida não está percebendo que o presente continua enferrujando seu passado.

Tive certa feita em carrinho,  já bastante usado fui colocar um aditivo no radiador e ouvi de um sábio frentista, de uma honestidade que não existe mais, um conselho, para não inserir aditivos em radiador velho, pois a ferrugem existente seria removida e os furos iriam surgir. Muitas vezes os dirigentes aplicam a teoria, ignorando a prática. Querem imitar um Barcelona e esquecem que não têm a envergadura de uma asa de um Condor e sim de um marreco.

Perdõem-me a sugestão, sigam a luz dos conscientes torcedores Dalmo, Lourival e Dinensen. Não culpem as ovelhas, quando a responsabilidade é do pastor.

Atahualpa – Torcedor do Vitória, amigo e colaborador do BLOG

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