A saga do torcedor do Vitória no Estádio Castelão

Salve, salve amigo torcedor… As emoções continuam pululando na nossa gloriosa série B. Campeonato este que é igual a show com banda ruim, você não deveria ter ido, mas, em estando lá, o jeito é se divertir (torcer !) de alguma maneira. Vou relatar aos amigos as curiosidades que encontrei na capital Cearense, na minha saga para ver o jogo na Arena Castelão entre Vitória e Ceará.

Para aqueles, iguais a mim, que quando saem de nosso Estado tem o costume de cantar em verso e prosa as maravilhas da nossa cultura e o aprazível embalar aconchegante de nossas paragens, é bom ficarem atentos. Pois, acredito que, assim como nosso próprio futebol, já não somos parâmetros nem mesmo em turismo.

Fiquei matutando (ou como diria o outro, labutando com o pensar !) o porque de estarmos ficando pra trás em muitas coisas. Porque insistimos em contar para nós mesmos uma versão dos fatos que parece não ser a melhor representação atual da realidade. Refiro-me ao futebol e à nossa capital baiana de uma maneira geral. Bom deixa isto para outro texto…

Encontrei a capital Cearense bem estruturada, com boa orla e com interessantes opções de passeios turísticos (Calma, galera,não estou dizendo que é tudo perfeito. Foi passeio de turistão !). Havia estado aqui faz muito tempo e me surpreendi positivamente com a cidade. Fiquei também surpreso com a polarização do futebol no Ceará, onde o comportamento de ambas as torcidas, pelo que pude observar, assemelha-se muito ao encontrado na Bahia.

Fui de táxi para o Castelão e de bate pronto o taxista perguntou: Ei, macho tu é de onde? Como eu respondi da Bahia (calma, não do Bahea ! kkk). Ele não contou conversa e emendou: Torce pra quem? Aí eu pensei: Morreu Maria preá ! Ou esse cara vai me largar aqui, ou vai me jogar no meio da torcida do Vôvô. Deverás constrangido e me sentindo mais fora dágua do que uma sardinha numa barraca de peixe do mercado de Itapoãvis, disse sou Bahea! Felizmente, o “taqueiro” era fortaleza e estava tão feliz com a situação caótica do Ceará e boa do Fortaleza na serie C (é o Líder) que não se preocupou com minha investida na praia dele. O final do trajeto foi ele se lamentando da perda do acesso ano passado para o Macaé (empatou fora – 0x0 – e em casa com gols) e da felicidade de ver o Ceará caminhando a passos largos para o descenso. Comentou também da final da copa do Nordeste onde viu muitos torcedores do Bahia tristes com a perda do título.

Chegando ao Castelão para comprar o ingresso me senti totalmente em casa. Primeiro, encontrei enormes filas pra comprar o ticket (lá ele !). Segundo, porque pude compra-los tranquilamente na mão de um cambista que vendia, com toda segurança, perto de um policial.

Já dentro do Castelão, impressionou o estádio que ainda apresentava boas condições de manutenção. Impressionou também o fato do telão anunciar com pompa que esta era a maior arena do norte nordeste… Ou seja, ficamos pra trás de novo.

Aliás, faz muito tempo também que não consigo entender porque o Ceará consegue ter outras equipes, fora a principal dupla, que disputam decentemente as divisões menores do nosso futebol e nós não. Podemos citar o ICASA e o Próprio Ferroviário, este último autor da façanha de golear o Bicampeão Brasileiro (teve um mais ouriçado aqui no blog que disse que eram dois títulos da série A, sic !. Teve outro que disse que o Bahia era a Sardinha de aço ! kkk). Mas, nos nossos delírios baianescos, achamos que estamos acima de todos, que nosso passado, cultura e história nos colocam num olimpo eterno. Mas, pra que ser racional? Canjibrina existe pra isso, pai! É o famoso privador de sentidos.

Durante o jogo vi um espetáculo bisonho. O Vitória teve um breve momento de lucidez e fez 2 gols, o Ceará pressionado e apupado pela sua torcida foi mais na vontade que outra coisa. Porém, quando um time está fadado a cair, a ruindade se junta com o infortúnio e o resultado é uma queda livre. Pelo segundo tempo, o Ceará merecia, pelo menos, o empate, que, felizmente, não veio. Se eles fossem chegados ao misticismo por lá, certamente já teriam feito uma procissão para a colina sagrada (lá deles…).

Satisfeito com o resultado, mas não com o jogo, remamos de volta para o hotel. Não surpreendeu mais quando o taxista fez as mesmas perguntas que o primeiro. Desta feita, sem a perspectiva de encontrar rivais raivosos respondi que era Vitória, e o distinto condutor riu, pois, pra minha sorte, também era torcedor do Fortaleza. No entanto, ele me advertiu: Ei macho, você não tava em lugar bom não. A torcida do Ceará só tem desordeiro. Feliz ainda mais agora, por não ter sofrido nenhum contratempo, sorri de novo. Aliás, estava ileso, porém liso (sem dinheiro), uma vez que a simples aventura me custou 80 paus de táxi + 30 de ingressos + umas besteirinhas dentro do estádio, perfazendo a quantia de uns 150 mili…. Obrigado Dilma pela inflação. Aliás, por falar nela… Lembro-me quando em uma entrevista nossa mandatária disse: “a marolinha (turbulência na economia) continua porque o mar não serenou !!. Bom, pra explicar isto, só mesmo o mestre e fã, (lá dela!) Dalmo…

Pra finalizar, ainda dentro do táxi em direção ao hotel, o simpático torcedor do Leão do Pici soltou uma perola. Enquanto fazíamos o trajeto, ouvíamos a resenha esportiva pelo rádio. Como havia muita interferência na transmissão e mal se conseguia ouvir a resenha, o taxista disse: “sabe por que tem esta interferência toda? Porque aqui neste bairro tem muito corno”. Bom, sem saber o que contestar ao tricolor, sorri e finalmente chegamos ao hotel.

Sds, rubro-negras. Do Leão da Barra. Vitória da Bahia… Líder do primeiro turno da série B.


Filba 

Pessoal. O amigo Filba agora também inaugurou um BLOG, onde pretende versar sobre o futebol baiano, nacional e internacional… às vezes, segundo ele, acerca da política e economia. Política, certamente será para meter o pau na nossa presidenta…aliás, um dos pratos predileto do amigo rubro-negro.

O endereço é este aqui

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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