Goleiro do Vitória fugiu da concorrência no ataque

Tornar-se jogador de futebol é o desejo da maioria das crianças de todo Brasil. Infelizmente, esse é um sonho que na maioria das vezes não se torna realidade. Para conhecer essa situação mais de perto, o blog Futebol Bahiano realizou uma entrevista com Ronaldo de Oliveira Strada, 18, goleiro do Esporte Clube Vitória desde junho de 2010. No bate-papo, Rone Strada como gosta de ser chamado, revela as principais dificuldades e como conseguiu se tornar um profissional do mundo da bola.

Como conseguiu alcançar o sonho de ser jogador do Leão baiano?

Na verdade, sempre gostei de futebol e tive a oportunidade de desde os 5 anos estar em escolinha de futebol em Cruz das Almas, então pedi ao meu pai para me inscrever para fazer uma seletiva no Vitoria e saber como seria realizar o teste para jogador de futebol. Chegando lá eu fiz minha ficha de atleta para a avaliação, fui para o campo de terrão onde os inscritos fazem o teste. Eu tinha me inscrito como atacante, pois era nessa posição que eu treinava nas escolinhas, mas quando o avaliador perguntou quem era atacante, mais de 30 inscritos levantaram o braço, aí eu pensei “agora complicou”. Quando ele perguntou quem era goleiro, só 2 pessoas levantaram o braço, aí eu pensei “acho que vou para o gol, para ver o que vai dar”, como eu era alto na minha categoria (96) eles gostaram do meu desempenho como goleiro, apesar de eu não ter muita noção de pegar no gol, mas fui selecionado e comecei a treinar com os atletas da base, a cada dia de treino que passava eu me esforçava ao máximo e assim fui aprendendo a ser goleiro.

Quais as principais dificuldades até se tornar um profissional do rubro-negro?
O Esporte Clube Vitória tem atletas de um nível muito alto, não é à toa que é considerado umas das melhores bases do mundo e sempre está ganhando títulos estaduais, nacionais e internacionais , então a competitividade é muito alta o que torna muito difícil se tornar um profissional neste clube, porém é um clube que dá muitas oportunidades a seus jogadores da base e tem critérios de avaliação rigorosos para chegar ao profissionalismo, mas é isto que nos enche de orgulho para ser profissional deste clube.

Em 2014 o Vitória conquistou o vice-campeonato da Copa do Brasil sub-20 e você foi eleito o melhor goleiro da competição? Como se sentiu após essa conquista? Considera a maior que recebeu até hoje?

Sim, fui escolhido o melhor goleiro da competição da Copa do Brasil sub 20. Eu estava como toda a equipe muito triste por ter perdido a final, era um título que lutamos muito para conquistar, pena que não conseguimos. Fiquei muito feliz quando recebi a notícia, foi um grande reconhecimento do trabalho que estava fazendo a muito tempo, considero sim a maior conquista que recebi, se Deus quiser, muitas outras virão.


Apesar dos momentos felizes, quais foram os maiores obstáculos dentro do Esporte Clube Vitória?
Os momentos mais difíceis foram as lesões que tive e foram muitas, que me fizeram ficar grande tempo fora dos gramados, mas sem dúvidas foi um amadurecimento profissional e Deus está acima de tudo, não nos abandona nos momentos difíceis, ao contrário nos fortalece muito.

Na cultura do futebol brasileiro, os goleiros não são tão valorizados como os atacantes, e meio-campistas. Como você enxerga essa desvalorização da sua posição?
Eu enxergo de uma forma muito positiva, acho que é sem dúvida uma das coisas que nós goleiros devemos levar como motivação para trabalhar mais e buscar nossa valorização e já tenho visto algumas mudanças positivas nesse sentido com a formação de grandes goleiros jovens, pois temos vários exemplos nacionais e internacionais de goleiros que são ídolos das torcidas em seus clubes.

Olhando para o futuro, como você se imagina nos próximos anos? Pretende continuar no Vitória ou fazer carreira em outro grande clube?
Pretendo defender o Vitória em grandes conquistas, mas me imagino jogando uma Champions League por algum grande clube europeu, acho que é o sonho da maioria dos jogadores. Eu considero o Vitória um grande clube, como eu disse, tenho o sonho de jogar em um grande clube europeu.

Diego Azevedo

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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