Grêmio continua lutando pelo mata-mata no Brasileiro

O advogado Romildo Bolzan Jr,  novo presidente do Grêmio eleito em outubro de 2014 continua trabalhando e articulando tentativas de mudar o sistema de pontos do Campeonato Brasileiro, hoje no sistema de pontos corridos para o antigo e até saudoso mata-mata, fórmula de disputa que define o campeão após jogos eliminatórios como era até 2003. De cara, o presidente do time gaúcho,  já conseguiu o que queria, a abertura do debate.  Os clubes baianos, Bahia e Vitória apóiam a mudança, assim como Eurico Miranda e Modesto Roma, do Santos.

Por isso a CBF criou uma comissão de clubes, da qual Bolzan faz parte, para analisá-la -a entidade tem até agosto para definir uma mudança no regulamento do Brasileiro-2016.

Romildo Bolzan Jr deu entrevista ao Jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira  onde explica os motivos para a mudança e adianta que com o mata-mata haverá terá  cota de TV mais justa e equilíbrio técnico.

Veja os argumentos gremista

Folha – Por que o senhor avalia que é preciso mudar o regulamento do Brasileiro?

Romildo Bolzan Jr. – Esgotamos o sistema mata-mata. Sempre se achou ser a melhor opção por ser o padrão europeu, mas não avalio que houve uma aceitação total do sistema e a valorização que o campeonato merecia. Temos que ter algo intermediário entre os pontos corridos e como era feito anteriormente, com oito times indo ao mata.

A principal crítica ao mata-mata é uma certa injustiça, já que o time com melhor campanha pode não ser o campeão. Como o senhor avalia?
Na proposta, temos uma valorização ao time que fizer a melhor campanha após 38 rodadas. As vagas diretas para a Libertadores poderiam ser definidas nas 38 rodadas, deixando o mata-mata apenas para decidir o campeão. Pode haver uma bonificação em dinheiro para esse time que termina em primeiro. Alguém levantou a possibilidade de as vagas na Libertadores serem definidas com o campeão e vice de cada turno, mas não concordo. Acho que a classificação de quatro times dá um reequilíbrio técnico à competição.

Como reequilíbrio técnico?
Tem times que começam bem, mas terminam mal a competição. E times que têm um início mais tenso, mas depois crescem. Assim teríamos esse reequilíbrio, em uma nova disputa, com jogos rápidos, datas fáceis. Valorizaria o campeão e traria emoção e equilíbrio ao campeonato.
O senhor acredita que os estádios ficariam mais cheios e a TV teria mais audiência?

Sim, porque motiva mais o campeonato. O time que está na reta final em quinto ou sexto está brigando para se classificar ao play-off final. Isso motiva o torcedor. Sugeriram também um play-off na parte de baixo, para definir os rebaixados, o que motivaria os times nesse setor da tabela. Como já disse, estamos abertos ao debate.
A CBF disse que apoiará a decisão dos clubes, e a TV Globo, que detém o direitos de transmissão, também.

O senhor conversou com a TV?
O Marco Polo Del Nero [presidente eleito da CBF], ao que parece, terá uma política de muita abertura com relação aos clubes. Com a TV, a questão é divisão de cotas. Admito que Flamengo ou Corinthians possam ter contratos melhores, já que têm mais torcida, mas não pode existir uma diferença de 120% de um acordo para outro. A TV, num primeiro momento, disse topar renegociar os contratos de pay-per-view. É preciso haver uma cota destinada com relação ao desempenho técnico do time no torneio.

Desde 2003, quando os pontos corridos se tornaram o sistema de disputa do Brasileiro, somente times do Rio e de São Paulo, e o Cruzeiro, foram campeões. O Grêmio, por exemplo, nunca venceu. O senhor pensou nisso ao apresentar a proposta?

Não estou agindo em causa própria. O Grêmio venceu quando era mata-mata, mas ultimamente o Grêmio também não tem vencido os mata-matas. O que me motiva é o reequilíbrio técnico dentro da competição e criar mais emoção e motivação para os torcedores.

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