É difícil entender algumas coisas no Bahia. Entra técnico e sai técnico e a armação do time com os 3 volantes em campo, que não vencem uma partida nesse 4-3-3 maluco desde o Baianão, dogmáticamente parece inalterada. Prometo que quando vencer com 3 volantes, irei citar esse detalhe também. Mas quem acompanha o time todos os jogos, já viu que não vale a pena tentar.
Outra coisa foi ver Rhayner mais recuado e Marcos Aurélio no ataque. Por que não colocar a dupla de ataque que deu certo no Náutico? Simples, porque no Bahia se privilegia a marcação, e Rhayner é mais marcador que o 10.
O Tricolor vindo de 10 jogos sem vencer e a primeira notícia que veio do Fazendão foi: Charles armou o time mais cauteloso. Véi, na moral, só porrada num xibungo desses. A gente precisando vencer a partida e o cara vem com a mesma cautela que levou o time ao Z4? Me deixe, viu!
O Bahia entra em campo diferente do último jogo. Vínhamos de uma derrota sofrida, graças ao peru sofrido por Lomba. Apesar da derrota, o time se comportou bem em campo. Teve as melhores chances do jogo e marcou muito bem o Internacional. Escrevi que o ex-treinador precisou ser demitido pra aprender que dava pra jogar no 4-2-2-2. Charles, um dos grandes centroavante da história do clube, assume o time por 1 jogo, e não tem a coragem de manter a formação.
Resultado, um time sem articulação, sem qualidade na saída de bola, vivendo de ligação direta da defesa, com chutões de Titi e Lomba. Visto isso o Palmeiras começou a pressionar a saída de bola Tricolor, e a defesa do Bahia quase entregou por algumas vezes.
Uéliton tomou o lugar de Helder. Era um bom volante de marcação, que de repente passou a se achar o grande meia de armação, com cruzamentos e passes de primeira, numa máscara fdp e errando 80% dos passes.
Na frente, ainda fora de forma, Kiesa mostrava porque tem de ser o titular, porém, mostrava também que entrou em campo precipitadamente. Ainda sem ritmo de jogo. O goleador foi o principal responsável pelo zero a zero no placar do primeiro tempo.
Segunda etapa e o Bahia pressionava desde o primeiro minuto e… Kiesa desarmado. K9 encotra Marcos Aurélio SOZINHO de frente pro goleiro. O 10 chuta pra fora. Até que a máxima do futebol veio a tona. Cruzamento pela direita da defesa e o cara cabeceia sozinho na marca do pênalti, com Pará caindo na marcação e Titi assistindo a bola voando…
Nem deu pra xingar muito e Pará vai no fundo e acha Kiesa pra empatar. O Bahia ainda tentou a virada, mas parou nos erros de finalização dos nossos atacantes.
Charles fez o previsível, trocou 6 por meia dúzia. Feijão no lugar de Fahel e Henrique pra posição do camisa 10. Pausa pra falar de Henrique: que diabo esse cara tem na cabeça? Um reserva que entra totalmente desmotivado, sem pique, sem vontade, não ganha uma bola, não dribla, não cruza, não marca, não chuta pro gol. Por que não colocou o Maxi, não pelo que tem jogado, mas pela alfinetada no técnico que saiu? Deixa ele mostrar que a culpa era de Marquinhos. Seria muito melhor, até, ter colocar Emanuel na meia e adiantar Rhayner. Charles resolve gastar a última substituição aos 48 do segundo tempo (eu, no lugar do gringo, teria mandado o Charles Fabian colocar as nêga dele em campo). O contra-peso dos irmãos Biancucchi, em 1 minuto em campo, jogou mais que Henrique em 20, se livrando dos marcadores numa jogada no meio.
Fim de papo. Mais um, Bahia. Mais um ponto pra ser valorizado. Mais um jogo de resultado ruim e injusto pra quem procurou mais o jogo. Porém, se serve de consolo, o time vem melhorando, as peças vão se acertando em campo, Kiesa estreou hoje, Marcos Aurélio deu bons passes e teremos um novo treinador em breve.
Bora Baêa Minha Porra! Que bons ventos tragam um treinador mais arrojado e menos retranqueiro. Charles se inspirou em Cristóvão, aquele que chegou a colocar 5 volantes em campo ano passado, lembram? Então tá explicado.
Contra o Goiás começa a reação, porque se mal armado, o time vem dando trabalho à Inter e Palmeiras, com um treinador que preste, faremos melhor com certeza.
Estamos quase no fundo do poço, agora é pegar impulso na cabeça do urubu e começar a subir.