vHEXAme!

As ruas de Salvador ficaram vazias. Uma tristeza irônica permeava o ambiente e parecia rir dos que riam felizes, por elas, pouco antes do jogo. A festa na cidade engarrafava tudo, pelos cantos da capital baiana. Um engarrafamento verde-amarelo que vinha unindo tricolores e rubro-negros num só grito: Vai, Brasil!

E foi. Foi com um time que ninguém esperava para a semi-final. Sem Neymar e sem Tiago Silva. Mas tudo bem, ainda temos substitutos. Mas aí Dante entrou e mudou o lugar do David Luiz, justo ele que vinha sendo apontado como destaque jogando pela esquerda… mas Felipão e Parreira sabem o que fazem. E surgia a escalação na Tv.

Perguntei a meu pai: 2 volantes, só? Lembrei do jogaço contra Portugal onde os Alemãs brocaram e eu fiz a maior festa com a torcida alemã na Fonte Nova. Estava aberto demais esse meio… Justo eu que reclamo tanto de 3 volantes no meu Bahia, pedindo 3 volantes no Brasil. Mas era preciso. Os alemãs foram mortais contra o único time que jogou aberto com eles. Depois tiveram dificuldades com os que fecharam mais o meio de campo. Mas vamos lá.

Começa o jogo e o Brasil ia bem. Dominando as ações, tocando, atacando. Afoito, é verdade. Mas pressionava os caras. Até que num escanteio comentei: esses caras são altos, perigo da porra essas bolas paradas. Eu estava errado. Até eu, baixinho, faria gol na zaga brasileira. A bola caia no pé do artilheiro dos caras, que David Luiz não conseguiu marcar na direita, pois achou que deveria estar na esquerda ainda. Correu mas não alcançou. 1×0.

Beleza, vamos virar essa porra porquê aqui é Brasil e na nossa casa quem mand… Porra, 2×0, já? Tem nada não porque… 3? 4? 5? Putz, rumo ao hexa desse jeito…

Pane geral da zaga, do time, de todo mundo. Minha esposa perguntou se não podia pedir “tempo” pra Felipão conversar com os jogadores. Eu ri, depois pedi o mesmo. Nem pra ter né? Faltou experiência pra galera esfriar o jogo. Mas faltava muita coisa também. Faltou sensatez ao inverter os zagueiros. Faltou lateral direito, afinal, ver Maicon jogando e Daniel no banco, dói. Faltou volante. Só tinham 2 e Fernandinho estava perdidíssimo e Luiz Gustavo nervoso demais. Faltavam meias. Tinha 3 que não conseguiam tocar 1 bola pro centroavante. Hulk não conseguiu acertar 1 passe, O “da alegria nas pernas” era triste de se ver perdendo tudo pros alemãs. Oscar só jogou a primeira partida e mais nada. Faltava vontade do centroavante invisível, que nem Fred, nem cheira. Fred se despedia da campanha do título tendo dado só 1 chute a gol em 6 jogos. Enfim, sobrou coisas que faltaram.

E ainda era o primeiro tempo. Na segunda etapa Felipão trocou e o time melhorou. Foi um outro jogo. O Brasil se achava, chutava e o goleiro dos caras fechava o gol. Ainda jogando melhor e com a Alemanha jogando pra cumprir tabela, o Brasil tomou 2×1 no segundo tempo.

Fim de papo. Fim do Hexa em casa. E pra piorar a situação, ainda tem outro jogo. E aí fica a dúvida: torcer pra Argentina e pega os Holanda, e ver os vizinhos na final ou rezar pra eles perderem e pegar os Hermanos, em Brasília, na disputa da terceira colocação (arriscado perder pro time de Messi em solo brasileiro)?

A verdade é que os “menino pé-frio” do Itaú vão passar mais 4 anos sem ver um título brasileiro, as Casas Bahia não vão vender tv de 1 real e nem a garantia da Hyundai vai se estender por 6 anos. Mas nós ficaremos tristes e frustrados pela forma como fomos humilhados em Minas Gerais, nesse “Mineratzinger” intragável e merecido.

Perdemos pelos nossos problemas e pelo apagão geral. E a Alemanha ganhou pela imensa superioridade técnica e tática dos seus jogadores e competência da sua federação, por toda a preparação que a Seleção vem tendo até hoje, dentro e fora de campo. São os campeões da simpatia e fizeram do Brasil o seu primeiro Vice na Copa. O segundo sairá amanhã… Rumo ao Tetra. 

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