Fernandão e a barra pesada do mercado do futebol

Não tenho nada para dizer além de que lamento por um sistema em que um jogador na vigência de seu contrato atual e durante um campeonato ter seus direitos negociados para um outro clube fora de seu país. Qual a cabeça desse jogador para continuar trabalhando? Ele consequentemente se poupará e deverá se preparar para uma viagem longa. O futebol não é um negócio qualquer! Ele mexe com o emocional e precisa do jogador que mantenha seu foco na competições em que está jogando. O caso de Fernandão é eloquente sobre ações de agenciadores que apesar de legais são anti-éticas.

Fernandão aliás apareceu no Bahia como um raio a fazer a diferença nos jogos, logo ele foi aclamado pela torcida e reconhecido. Hoje, não joga nem 10% do futebol que empolgou a todos. Visivelmente sem a mesma determinação, fez do Bahia um trampolim e teve sucesso. Inclusive, hoje, no treino no Fazendão foi barrado. Obina o substituirá. Essas mazelas do futebol frequentemente prejudicam o clube em função da ganância do mercado. É louvável que o jogador dê seguimento a sua carreria, mas esse negócio não poderia de forma alguma ser realiazado durante um campeonato.

Do ponto de vista dos grandes clubes, para uma minoria, isso é válido, tanto quanto “roubar” técnicos de um time menor em detrimento do outro time menor. Mas,  esse tipo de situação precisa acabar. A pergunta que se faz: o momento do técnico de ganhar dinheiro e do jogador são justamente esses em que estão em evidência, como barrar o direito de terem sucesso profissional e reconhecimento? O papel da lei, justamente, entraria para desestimular essa prática de mercado, favorecer os clube e desacelerar essa prática anti-ética em função da evidente prejudicialidade para os clubes que se propõe de boa-fé a pagar generosos proventos a técnicos de futebol e jogador para ver  o trabalho inteiro ser realizado durante o contrato, e não pela metade.

Barrar as negociações durante um campeonato e apliacar multas aos clubes que insistirem em práticas anti-éticas deverão ser uma boa forma de punir também agentes de futebol ávidos por tirar vantagem de situações em detrimento das instituições e de um campeonato que precisa ser respeitado enquanto estiver sendo realizado. A quem interessa a fragilização do campeonato brasileiro? Fla e Cor certamente ganham com esse estilo de mercado ao seu dispor, e cada vez mais deverão fazer qualquer coisa para impedir que tenhamos uma situação favorável a todos os clubes. Campeonatos como desse ano estão com os dias contados.

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