A virada na história do futebol da Bahia

Amanhã entrará para a história do futebol baiano como mais um dia importante para os baianos e principalmente os tricolores da nação Bahêa. Além de comemorarmos a independência do Brasil, na Arena Fonte Nova a festa será da democracia. Dessa vez a bola vai ceder lugar a 10.000 sócios do Bahia para que um dos clubes mais vencedores de futebol do Brasil, o Tricolor de Aço,  escolha um presidente pela primeira vez de forma democrática e livres de coronéis. Estaremos assim cravando no maior palco do futebol baiano um espetáculo de amor e devoção a um clube tão maltratado ultimamente por seus dirigentes. 

Não é à toa que essa data magna seja considerada a grande virada na trajetória do clube. Desde a modernização do futebol, com a nova constituição republicana, a lei Pelé e a mudança do campeonato brasileiro, o Bahia parecia fadado a ser um peça de colecionadores e de museus, a imagem de grande campeão desaparecia com tantos abusos de seus dirigentes e a falta de modernização do Estatuto do clube. Os coronéis administravam o Bahia de forma a privar os seus torcedores de uma nova utopia que tivesse o tamanho da nossa torcida: uma administração pautada pela transparência e abertura para que os sócios pudessem contribuir e ter retorno com um clube a altura da torcida do Bahia. 

Muitos podem estranhar em se falar em utopia como algo tão perto de realização. Mas, a grande conquista que se realizará amanhã foi fruto de sonhadores, pessoas que não se acomodaram com as derrotas do time em campo e os conchavos de coronéis, pessoas especiais que pariram idéias que começaram a empolgar outros tricolores ainda quando os manda-chuvas do Bahia faziam a divisão do clube entre familiares. Estes sonhadores sofreram todo o tipo de perseguição, agressões e campanhas para desistirem de seus sonhos, porém como poderemos testemunhar amanhã, teremos o dia da independência do Bahia com a democratização sonhada por esses desbravadores. 

Não se travará, porém, amanhã a luta derradeira, será só mais uma luta enquanto tiranos existirem. O Bahia inaugurará uma nova fase, é verdade, mas a concretização desse propósito dependerá de suas lideranças e do apoio de seus sócios para que se verifique a mudança de vícios que ontem faziam nosso clube ser vítima de grande desilusão e de nostalgia do passado. Os triunfos em campo deverão ser construídos com dificuldade, mas virão sem sombra de dúvida pela grandeza da nação e o novo esculpido em princípios de administração moderna em participação, transparência e democracia. Avante, Esquadrão!

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