O vexame do Bahia tem explicação

Diagnósticos simples, que apontam
as causas da doença do Bahia, feitos pelo jornalista do Portal R7, Cosme Rímoli, são perfeitamente aceitáveis. O Bahia está na contramão do futebol moderno e
profissionalizado. As frases soltas e aqui reunidas em alguns parágrafos, é uma
real demonstração do que acontece com o Esporte Clube Bahia. Veja.  

Um dos atos mais desesperados de
um torcedor. Rasgar a própria camisa do time amado. E ainda colocar fogo. Vários
apaixonados pelo Bahia fizeram isso ontem em Salvador. Na nova arena Fonte
Nova, onde o time decidia o Campeonato Baiano. Era o primeiro jogo contra o
Vitória. Veio o vexame: derrota por 7 a 3. Torneio estadual praticamente
perdido para o rival. 

Em ato contínuo, torcedores foram
aos camarotes. Queriam agredir o presidente Marcelo Guimarães Filho. E o gestor
de futebol, Paulo Angioni. 50 torcedores foram para o CT do clube. Danificaram
carros dos jogadores e funcionários. 

E diziam que ficar lá, dormir se
necessário. Mas iriam se encontrar com o time e com Joel Santana. Ficaram por
três horas, foi preciso a polícia para os tirar de lá. 

Pelo rádio se acalmaram, souberam
que as coisas estavam acontecendo. Paulo Angioni havia pedido demissão. Ele
tinha prometido a modernização de gestão ao Bahia. A profissionalização. Criou
expectativas demais. O time conseguiu apenas voltar para a Série A. E o Baiano
de 2012. 

Só que o retorno para a principal
divisão do país nada significou. O Bahia se especializou em montar equipes com
atletas de times poderosos do País. Todos dispensados, sem condições de ficar
onde estavam. Quer seja por idade, indisciplina ou pura falta de talento. 

Que modernidade é essa? A falta
de rumo ficou escancarada nos treinadores que passaram por lá. Sem critério
algum, planejamento em longo prazo. A diretoria fraca se abalava diante de
qualquer pressão. E repassava a culpa aos técnicos, que eram sumariamente
demitidos. 

Pura transferência de
responsabilidade falta de personalidade, de visão. Em fila foram para a
guilhotina. Márcio Araújo, Rogério Lourenço, Vagner Benazzi, René Simões… 

Joel Santana, Falcão, Caio Junior
e Jorginho. Todos do ‘Sul Maravilha’. Sem a menor identificação com o futebol
baiano. A base do clube foi desprezada. Mais de 100 jogadores foram contratados
em três anos. Loucura, irresponsabilidade. 

A gestão Marcelo Guimarães Filho
é mais suscetível à pressão no País. Qualquer momento ruim, demissão de
treinador. Dispensa e contrata jogadores. Eles chegam e vão de baciada. Uma
festa para os empresários. 

Atletas problemáticos, velhos ou
sem talento sabiam para onde ir. Todos despencam no Bahia. Assim como
treinadores desprezados pelo Sudeste.

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