Ressaca de carnaval

Na última quinta-feira à noite, o Vitória fez a sua primeira partida na fase de mata-mata, pela Copa do Nordeste. E vimos um time sensivelmente modificado. Confesso que fiquei preocupado antes do início do jogo, quando vi a escalação do time: iam estrear “los hermanos”, Cáceres e Escudero. Eram duas estreias, em um jogo fundamental, ou seja, será que iriam sentir a falta de entrosamento? 

Mas, felizmente, não foi o que aconteceu. Apesar de Escudero ser “o cara”, concerteza a “surpresa” Cáceres me encheu os olhos: guerreiro, com um bom senso de posicionamento e principalmente, não há bola perdida para o cidadão. Grata surpresa. 

Não espero um Vitória dando show. Não sou louco, nem hipócrita. Quero um time brigador, com os jogadores se doando. 

E o que falar do time? Deola ontem estava iluminado. Pegou tudo, até pênalti e o que não pegou, a trave deu um jeito. 

Como já tinha citado ontem, o ponto destoante do time é a zaga. TODA a zaga. Caio, mantendo a sua “coerência”, entrou com três volantes: Cáceres, Luiz Alberto e Rodrigo Mancha. Na teoria, ele deu liberdade, tanto para os laterais, quanto aos dois meias escalados (Escudero e Cajá). E o que aconteceu? Alguém conseguiu descobrir quem foi pior em campo: Nino ou Mansur? Precisamos urgente de um lateral esquerdo e Marcos precisa mostrar a Nino que ele não é intocável. 

O miolo da zaga é algo tenebroso. Gabriel ontem me fez lembrar Marcelo Heleno, no “auge” da carreira. Para onde o nariz apontava, a bola ia junto. David “Braga´” é tudo que eu me lembrava dele: alguém disse que ele era craque. E ELE ACREDITOU. Victor Ramos precisa voltar logo. E espero que Cardoso seja o que eu vi ontem. Entrou na fogueira, improvado na lateral esquerda e não comprometeu. 

Dos meias, só posso elogiar: Escudero estreou “estreando”, marcando um belo gol, mostrando que tem vaga neste time. E Renato Cajá, mesmo não fazendo quase nada no primeiro tempo, “apenas” o gol, no segundo conseguiu se encontrar. 

No ataque, Marcelo Nicácio começou o jogo totalmente isolado, pois ainda não tinha jogado nesta formação (4-5-1), mas com o tempo conseguiu se “achar”, inclusive participando da jogada do segundo gol.

E ainda deu tempo de vermos a estreia de Maxi Biancucchi, que entrou no lugar de Escudero. Outra grata surpresa. Boa visão de jogo.

Só não entendi a substituição de Nicácio.  Saiu machucado e com Dinei no banco, Caio resolveu colocar Marquinhos. Ficamos sem homem de referência. Ainda bem que deu para segurar o resultado. 

Volto a frisar: Não esperem um time a lá Barcelona, dando show. Longe disso. Mas com certeza teremos um time que vai dar trabalho para ser superado. E é isso que a torcida espera: UM TIME DE GUERREIROS.

No mais, é se preparar para encher o Barraquistão no domingo, encaminhar a classificação e se der ABC, ensinar a esses caras com se soletra.

Só para constar: depois da gafe cometida pelo Olodum, que trocou o escudo rubro-negro no abadá do bloco, a diretoria deste resolveu promover um show para os torcedores, antes da partida contra o Ceará, neste domingo. Mais um motivo para comparecer ao estádio. Boa música e bom jogo. 

A gente merece.

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