Como sou filho de mineiro, herdei o gene do “come-quieto”. Sendo assim, estou publicando meus textos no Futebol Bahiano apenas uma vez por semana, por enquanto. Por isso o texto de hoje terá três temas. Vamos a eles:
Neto Baiano – O cara é o maior artilheiro do Brasil na temporada, tem 29 gols em 1/3 de ano e o ECV tem dependido dos seus feitos. Mesmo assim, acredito que a diretoria rubro-negra tem que ter cautela em relação ao jogador. NB9 (termo criado pelo parceiro Junior) tem uma boca grande que fala para o bem e para o mal. Eu e grande parte dos torcedores do ECV adoramos quando ele tripudia do Bahia, faz do Bahia a sua cama e solta outras pérolas que o colocam no hall dos artilheiros polêmicos que fazem a festa da torcida ao longo dos anos. Porém, semana passada, disse para quem quisesse ouvir que tinha propostas de outros clubes, inclusive do Botafogo (ainda bem pra ele que jogou com raça e fez gol no jogo de ontem). Querer se valorizar, aproveitar a excelente fase, pedir aumento de salário é legítimo da parte dele. Mas, ao meu entender, pouco inteligente, pois correu o risco de ficar mal visto pela torcida e sofrer um abalo na sua moral, tão elevada diante da maioria dos torcedores rubro-negros.
Penso que o ECV tem que valorizar NB9, fazer esforço para que ele fique no clube pois o que ganha jogo é bola na rede e, isso, o cara tem feito com admirável freqüência. Agora, se a pedida de Neto for algo muito acima da realidade e da possibilidade do Vitória, que ele siga seu rumo. O Vitória precisa tanto dele quanto ele precisa do Vitória. Dai a Neto o que é de Neto. E nada mais!
Sertão – Passei o final de semana em Ruy Barbosa, cidade onde existe um Sol para cada um, e assisti ao jogo Vitória x Feirense na simpática praça local. Coloquei meu lindo padrão, peguei o Uno vermelho e preto da minha cunhada e parti rumo à classificação. Para o meu desespero, o quiosque estava começando a abrir e nenhum sinal de que passaria o jogo. Falei com o dono do estabelecimento que o canal PFC (dica do parceiro Nilton) iria transmitir a partida. Ele, então, ligou a TV, o amplificador e satisfez a vontade do único cliente: eu. Eis que surge um Corcel, mais ou menos da minha idade, chegando à praça e de lá sai um senhor vestido com o uniforme tricolorido. Era só o que me faltava.. Secou o jogo todo!
O primeiro gol logo saiu e eu comemorei sozinho, a contragosto do velhinho. Foi chegando gente na praça (total de dez indivíduos ao final do jogo) com camisas do Cruzeiro, São Paulo, Vasco e a maioria usando o uniforme tradicional do interior: calça jeans e sandálias havaianas. Quando o Feirense diminuiu o placar, ignorei a minha azia e pedi um latão de cerveja pois fiquei nervoso. Passou uma senhora passeando na praça com uma camisa vermelha e uma calça preta. Depois do Uno rubro-negro mais um bom sinal!Até porque é Improvável alguém combinar essas cores em roupa já que ela só fica bem no meu time. Mas pior mesmo são as cores do Bahia que só ficam bem em roupa de palhaço (quem foi ao Circo Tihany pôde comprovar esse fato). O ECV fez 3×1,comemorei feito um louco e um cidadão gritou: “Ô Vitória,só tem você comemorando aqui”.Prontamente virei e respondi com a boca espumando cerveja: “ Tem problema não! Eu me basto!”.
O Feirense diminuiu mais uma vez e o clima de tensão se instalou no ambiente (mentira, foi só em mim mesmo). Sufoco até o fim do jogo e alívio com o término da partida!Rumo à 11ª final consecutiva em Campeonatos Baianos.
Ruy Barbosa vai ficar na lembrança como uma cidade agradável, de pessoas simpáticas que, como na maioria do interior baiano, torcem para times de fora e que estavam aguardando ansiosamente o dia seguinte para lotarem a praça e assistirem à Botafogo x Vasco.Uma pena!
Batalhas- A semana é de grandes batalhas para o Vitória. Serão as primeiras batalhas para, ao fim da guerra, confirmar o título baiano e a passagem para as quartas-de-final da Copa do Brasil.
A batalha de ontem à noite, no Barradão, não foi vencida. O time jogou com raça mas não foi suficiente para bater o bom Botafogo, que mesmo com desfalques importantes, endureceu o jogo. O resultado foi ruim, pois além de não ganharmos, tomamos gol em casa. No Engenhão é obrigatório fazer gol para ter chance de se classificar. Teremos a batalha de volta e a guerra está longe de estar perdida.
Domingo é dia de abrir vantagem diante do Bahia. O rival joga por dois resultados iguais e o nosso mando de campo tem que prevalecer. Estou confiante para essa primeira batalha do Baiano e tenho certeza que o Vitória ganhará o jogo, como de costume. O Bahia, no Barradão, é freguês (apesar dos reveses nos últimos anos) e a freguesia será mantida.
Como sou filho de baiana, herdei o gene da “ousadia”. Sendo assim, cravo aqui no Futebol Bahiano (de maioria tricolor) que o Vitória será o Campeão Baiano de 2012 e que as sardinhas vão continuar mais um longo ano na fila. É aquilo mesmo e não muda nada!
Vumbora Vitória!
Diego Barbosa