Dupla BaVi padece em círculo vicioso

Há 13 anos, eu procurei o Presidente da Federação, Virgílio Elísio, para ajudá-lo na reestruturação do Campeonato Estadual. Na época, eu já sentia as dificuldades. Tinha que preparar o clube para o Nacional, ainda mata-mata na fase final e montava o plantel em janeiro para toda a temporada.

O Vitória não pertencia ao C13 e era discriminado nas cotas de TV. Quando o Brasileiro se iniciava, já tínhamos um déficit operacional gigantesco e lutávamos para classificar entre os 8 melhores.Na maioria das vezes isso não aconteceu e era obrigado a pagar o clube até dezembro, ficando quase dois meses sem atividade. Ainda assim, mesmo sem dinheiro de TV ficamos na Série A durante quase toda a década e colhemos os maiores resultados da história do clube.

A idéia do Campeonato do Nordeste em pontos corridos ainda não tinha surgido na minha cabeça e disputávamos um Nordestão classificatório sem nenhuma rentabilidade, o que aumentava o déficit nas nossas contas. Esse era o cenário que só conseguíamos equilibrar com vendas de atletas formados na Base do clube; e ainda tivemos que construir um clube quase centenário. Virgílio até hoje se orgulha de ter dado o ponta pé para a futura Liga, que ele depois apoiou, mas hoje se omite ante a transformação que está a se exigir no futebol brasileiro. O conforto do cargo e a limitação de poder enterraram seus ideais.

Na época convidei o consultor Edilson Bonfim, que me ajudava no clube a montar as rotinas de trabalho e os procedimentos administrativos, para entrar na Federação e estruturá-la como uma Liga, para criar mecanismos comerciais para diminuir as desigualdades dos menores em relação à dupla “BaVi”, rever Calendário, etc.

O Presidente, como sempre solícito, dava impressão de caminhar na mesma direção, mas com o passar do tempo, nada aconteceu. Em 2001 criamos a Liga do Nordeste, que foi abortada em 2003, quando os resultados já surgiam, pela dupla Globo e CBF. Naquela época a Federação recebia 5% dos contratos comerciais da Liga. Nunca se viu tanto dinheiro nos clubes da região. Nunca se viu tantos clubes do Nordeste nas Séries A e B.

Procurei também o atual presidente para ajudá-lo. Afinal, o Vitória era o mais antigo associado. Queria introduzir ferramentas de profissionalização, mas voltada para os clubes. Maracajá também foi motivado a participar, mas logo em seguida recuou. Sabia que de uma forma ou de outra haveria conflito de posições e ele só gostava dos bastidores.

Leia a continuação desse texto no próprio blog de Paulo Carneiro

Paulo Carneiro

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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