A partida deste domingo, em Pituaçu, marcará o reencontro do atacante Neymar com o técnico do Bahia, René Simões. Em setembro do ano passado, quando dirigia o Atlético-GO, o treinador chegou a se envolver no episódio que resultou na conturbada demissão de Dorival Jr. do comando santista, após se desentender com o jogador.
Na ocasião, Neymar acabou preterido para a cobrança de um pênalti, já que vinha falhando nos jogos anteriores, e brigou ainda em campo com Dorival e o capitão do time, Edu Dracena.
Ao final da derrota de sua equipe por 4 a 2, na Vila Belmiro, René desabafou. “Já trabalho há décadas no futebol e nunca tinha visto alguma coisa assim. Está na hora de alguém educar esse rapaz, senão vamos criar um monstro em nome dessa arte de jogar. Estamos criando um monstro”, disse o técnico.
E completou: “Ele se acha o senhor todo-poderoso dentro de campo e ninguém está fazendo nada, absolutamente nada. O que esse rapaz falou para o capitão deles e para o banco de reservas foi de uma falta de educação que poucas vezes eu vi”.
“Por enquanto, ele não é um homem e não é um grande jogador, é um projeto. Alguém tem que educá-lo pelo bem do futebol brasileiro”.
HOJE
Um ano depois, René diz não ter “arrependimento de nada” do que declarou. “Fiz como educador, como profissional do futebol e, acima de tudo, porque meu pai conta as histórias da Copa de 1950”, inicia a explicação.
O comandante baiano, rei do empate neste Brasileiro (oito em 17 rodadas), continua: “As cenas que ele me conta são de cortar o coração. As pessoas jogadas na rua, sem querer ir para casa. Eu não quero ver em 2014 a mesma situação. E, para que isso aconteça, é preciso que a gente tenha o Neymar na sua plenitude, porque ele é a grande esperança, ele é o grande nome do futebol brasileiro”.
Apesar disso, reforça: “Acho que ele não mudou. O que mudou talvez foram as pessoas no entorno dele, talvez tenham refletido melhor como as coisas vinham sendo e está recebendo orientações melhores dessa vez”. Com informações da Folha.