O discurso decorado se repete semana após semana: “ninguém da diretoria me procurou para conversar”. Restam apenas três dias até o final do empréstimo, mas Carlos Alberto segue esperançoso na prorrogação do contrato com o Bahia. Pudera. Ganhou um aliado de peso depois de seis partidas no Campeonato Baiano 2008. O técnico Paulo Comelli tem intercedido diretamente junto ao Atlético-PR para manter o jogador no clube.
A primeira barreira parece estar vencida. Os paranaenses aceitam incluir no novo contrato uma cláusula para rescisão em caso de indisciplina, exigência da diretoria tricolor. Agora, é negociar como se dará o reempréstimo. E é aí que o negócio pode emperrar. Depois de uma série de especulações, o Bahia garante que o jogador só não renova se o Atlético pedir um caminhão de dinheiro. Caso Carlos Alberto não acerte, aumenta a lista de pedidos do treinador. Até agora, os alvos são um zagueiro rápido, com características semelhantes à de Rogério; e um meia não menos versátil, que encoste nos atacantes, finalize, mas recomponha defensivamente. “Estamos fazendo alguns contatos, mas é complicado encontrar jogadores com essas características. Temos que respeitar o teto salarial do clube e não pode ter desespero”, analisou Comelli. Enquanto os reforços não chegam, a comissão técnica vai moldando a equipe no transcorrer dos jogos. O atacante referência se tornou prioridade na formação da dupla com Pantico, e Charles larga na dianteira, notoriamente por conta do melhor condicionamento físico. Mas a maior preocupação mesmo é com a defesa. “Cléber Carioca e Alison são jogadores experientes e não podem cometer erros infantis, trombar dois numa bola”, ressaltou o treinador. Os alas também serão cobrados. Carlos Alberto e Adilson precisam se adaptar ao 3-5-2, mas cientes da possibilidade de uma alteração no esquema tático durante a partida. O clube recebeu ontem os R$400 mil referentes à primeira parcela da venda do zagueiro Eduardo e não demorou a se formar a filinha de jogadores em busca dos atrasados.Correio da Bahia